Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O primeiro software (programa de computador) do país voltado para a eficiência energética em edificações, o Domus-Procel Edifica, foi desenvolvido pela Eletrobras em parceira com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
“É um software de simulação hidro-termo-energética, Isso quer dizer que, além das trocas de calor das edificações, ele simula também a troca de umidade”, disse hoje (5) à Agência Brasil o arquiteto João Krause, da Divisão de Eficiência Energética no Setor Privado, da estatal.
Segundo o técnico, o programa representa uma vantagem em relação aos softwares disponíveis no mercado, “inclusive internacionalmente”. Como permite que sejam feitas também simulações com variáveis de consumo e demanda de energia, ele pode indicar soluções que tornem o projeto de um prédio mais eficiente, de modo a evitar desperdício de eletricidade.
Dados do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) mostram que em edificações novas que pensem em eficiência energética desde o projeto básico, consegue-se ter um nível de eficiência até 50%. Para edificações antigas e retrofitadas, isto é, com um bom projeto de reforma que utilize tecnologias energeticamente eficientes, pode-se atingir até 30%, informou o arquiteto.
Segundo Krause , o que o software faz “é funcionar como uma excelente ferramenta de projeto para dar uma noção muito próxima da realidade de qual é esse potencial do projeto [de eficiência energético] que você está desenvolvendo para a sua edificação”.
João Krause informou que o programa poderá ser usado no futuro não apenas para prédios comerciais públicos, mas também para edificações da iniciativa privada. No momento, ele está voltado somente para edificações comerciais públicas. “Ainda não há uma regulamentação para adaptação para edificações residenciais o que, no futuro se pretende conseguir também. Ele não é restrito ao setor público e pode atender à iniciativa privada sem problemas”.
Os investimentos da Eletrobras no desenvolvimento do software atingiram R$ 1,75 milhão. O projeto contou ainda com a parceria do Ministério de Minas e Energia e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e contribuição da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
O programa deverá sofrer melhorias em nível acadêmico ainda este mês antes de ser lançado como um produto definitivo, o que poderá ocorrer até julho próximo, quando acaba o convênio. "O produto tem qualidades suficientes para vir a ser comercializado no futuro”, disse Krause.
Edição: Aécio Amado
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