Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Preservar e democratizar o acesso aos acervos de museus, bibliotecas e arquivos do Brasil é o que prevê o acordo de cooperação firmado entre o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e o Arquivo Nacional. As três instituições fizeram hoje (28) a primeira reunião de trabalho.
O presidente do Ibram, José do Nascimento Junior, explicou que o objetivo é integrar esses três grandes sistemas de acervos brasileiros, tendo as três instituições como coordenadoras. “São 105 mil instituições que estão sob o guarda-chuva dessas três grandes instituições. Pretende-se que a gente possa estabelecer ações comuns, estratégias no sentido de preservação desse patrimônio que está sob essas instituições todas, para que a gente possa potencializar tanto a preservação quanto a difusão, ou seja, pôr à disposição da população, dos pesquisadores em geral”.
A diretora do Centro de Referência e Difusão da Biblioteca Nacional, Mônica Rizzo, diz que o Projeto Biblioteca Nacional Digital, com mais de cinco anos de existência, é pioneiro no Brasil na digitalização de acervos.
“As três instituições que aqui estão abrindo os trabalhos desse acordo, cada uma trará a sua expertise na sua área de concentração. No caso a Biblioteca Nacional trará a sua contribuição como agência bibliográfica nacional, como a instituição responsável pela padronização de processos dentro da biblioteconomia no Brasil, para agregar valor a esse conjunto e para que nós possamos, daqui para frente, difundir de forma integrada todo esse conhecimento que essas instituições que aqui estão detém”.
Segundo Mônica, o que se pretende é a democratização do acervo, com uso pleno da internet. Nos últimos dois anos, a FBN digitalizou 10 milhões de imagens de livros brasileiros que estão em domínio público. Para os próximos dez anos, a meta é pôr todo o acervo na rede para consulta pública, com prioridade para as obras raras.
O diretor-geral do Arquivo Nacional, Jaime Antunes da Silva, diz que o acordo surgiu da necessidade de aprimorar a cooperação interinstitucional que já existia. O documento foi assinado em dezembro de 2011, mas a primeira reunião só ocorreu hoje.
“Hoje é o delineamento do plano de trabalho; vai ser desenvolvido um plano plurianual de atividades, o que pode ser resolvido com orçamentos próprios vai ter prioridade e o que será necessário - a busca de patrocínio ou financiamento - fica para etapas posteriores. Se nós fizermos uma análise mais detida, nós vamos ver que a gente tem muito mais pontos de convergência do que de divergência para preservação do patrimônio. Então é importante essa ação conjunta porque ganham as instituições, ganha a cultura e ganha o cidadão, porque ele vai ter facilitado o acesso”.
De acordo com Antunes, atualmente o Arquivo Nacional está priorizando a digitalização dos acervos do período do regime militar, para atender às demandas da Comissão Nacional da Verdade.
O grupo de trabalho do acordo de cooperação entre Ibram, FBN e Arquivo Nacional tem prazo de funcionamento de dois anos, prorrogável por mais dois, mas o objetivo é construir um plano de trabalho para até 15 anos. Um dos objetivos é cumprir a meta do Plano Nacional de Cultura, de modernizar 50% das bibliotecas públicas e museus até 2020.
Edição: Fábio Massalli
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