Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, informou hoje (28) que, mesmo com as medidas de desoneração da folha de pagamento, o setor continua com dificuldades. Segundo ele, foram demitidas 7 mil pessoas no ano passado, ante 16 mil em 2011, e um dos grandes problemas continua sendo a importação de produtos têxteis. Diniz Filho participou da reunião da Comissão Tripartite de Acompanhamento e Avaliação da Desoneração da Folha de Pagamentos (CTDF), no Ministério da Fazenda, que contou com a presença do secretário de Política Econômica, Márcio Holland.
O presidente da Abit não forneceu uma estimativa do número de demissões caso não houvesse uma política do governo de desoneração da folha de pagamento. “Da minha parte, coloquei que a desoneração foi muito importante. Houve ganho, com melhoria de produtividade. Mas não o suficiente para enfrentar a conjuntura econômica de concorrência predatória que o país está vivendo com a desindustrialização”, disse.
Mais otimista, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, deixou a reunião dizendo que as medidas adotadas foram importantes e avaliadas durante o encontro como muito positivas para o setor. “Foram atingidos 54% do setor. De todas as empresas com as quais conversamos, nenhuma disse que gostaria de volta para o sistema antigo”, disse.
O representante da Abinee informou ainda que o setor terminou o ano de 2012 com 3 mil novos empregos diretos. Para ele, o resultado deve ser avaliado como positivo, mesmo sendo inferior ao de 2011, quando foram criados 10 mil empregos. “Nós acreditamos que, se não houvesse a medida [de desoneração], nem esses 3 mil teriam sido gerados. Seria negativo”, destacou.
O gerente executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, explicou os aspectos técnicos da comissão criada para avaliar os efeitos da desoneração. O economista declarou que o grupo começou a estruturar um processo junto com a Fundação Getulio Vargas (FGV) para criar indicadores estruturados de acompanhamento e entender o impacto do processo na competitividade e na geração de empregos, assim como na arrecadação.
“Estamos buscando uma avaliação mais ampliada de todo o processo em todas as esferas e queremos identificar uma metodologia para esse processo de avaliação”, disse.
Edição: Juliana Andrade
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