Assentados ocupam sede do Instituto Lula para pressionar ex-presidente a interceder contra ação de despejo

23/01/2013 - 10h06

Camila Maciel*
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Integrantes do Assentamento Milton Santos ocuparam hoje (23), por volta de 6h30, a sede do Instituto Lula, no bairro Ipiranga, zona sul da capital paulista. Com o ato, os manifestantes querem pressionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a interceder com a presidenta Dilma Rousseff para evitar a reintegração de posse da área do assentamento, em Americana (SP). Eles têm até o próximo dia 30 para deixar o local voluntariamente.

De acordo com a Polícia Militar (PM), viaturas foram enviadas ao local por volta das 7h30. "Estamos em contato com eles [os PMs] e, por enquanto, a situação é tranquila", relatou Vandré Paladini, advogado das famílias. De acordo com o movimento, cerca de 80 pessoas participam do ato. A PM informou que a ocupação conta com 30 manifestantes.

Por volta das 9h da manhã, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, esteve no local. Segundo Vandré Paladini, Okamotto se comprometeu a entrar em contato com integrantes do governo para intermediar uma solução para o caso. "Mas não temos nada de efetivo. Vamos ficar por aqui até que algo mais concreto seja feito", declarou o advogado.

No Milton Santos, vivem cerca de 70 famílias assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há sete anos, segundo o movimento. As famílias reivindicam a desapropriação por interesse social, única medida legal que pode reverter o despejo, determinado pela Justiça no dia 28 de novembro.

Paladini informou que, desde a tarde de ontem, quatro estudantes que apoiam a reivindicação dos assentados estão acorrentados e fazem greve de fome em frente ao escritório da Presidência da República em São Paulo.

 

* A matéria foi alterada às 10h52 para correção de informação. Diferentemente do publicado na primeira versão, os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não participaram da ocupação, que foi feita por membros do Assentamento Milton Santos      //    Edição: Lílian Beraldo

 

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