Programas de transferência de renda favorecem economia do Norte e Nordeste

23/11/2012 - 17h26

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Programas de transferência de renda e de incentivo à desconcentração industrial favoreceram a economia nas regiões Norte e Nordeste, entre os anos de 2002 e 2010. A avaliação é do gerente de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Frederico Cunha, que apresentou  hoje (23) dados do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo pesquisa divulgada pelo órgão, a contribuição do Norte na economia do país subiu 0,6 ponto percentual – de 4,7% para 5,3%. Já a Região Nordeste aumentou sua participação na economia em 0,5 ponto percentual, indo de 13% para 13,5%. A contribuição do Centro-Oeste no PIB brasileiro também cresceu 0,5 ponto percentual e foi de 8,8%, em 2002, para 9,3%, em 2010.

“O Brasil é bastante concentrado mas a gente percebe desconcentração nos últimos anos”, afirmou Cunha. “Quando há algum tipo de proteção social – não só transferência de renda, mas aposentadoria rural, garantia de compra para agricultura familiar, incentivo fiscal, isso acaba aumentando a massa salarial e alavancando uma economia que só era puxada pelo consumo”.

Segundo a pesquisa, os avanços regionais no Norte e Nordeste foram influenciados pela exportação de minérios no Pará, cujos preços internacionais saltaram em 2010; pela indústria de transformação, no Amazonas; pela agropecuária, no Maranhão e pelo impacto das políticas públicas nas regiões. Apesar do avanço, os dados revelam que oito estados ainda concentram 77,8% do PIB brasileiro.

Por conta do impacto de São Paulo e do Rio de Janeiro, o Sudeste detém mais da metade das riquezas do país, apesar da queda registrada na última pesquisa (de 56,7% para 55,4%). O resultado é reflexo das perdas na indústria, na agropecuária e na geração de energia elétrica. Em 2010, o Rio sofreu com as oscilações do preço do petróleo no mercado internacional, em relação a 2002.

Frederico Cunha também chama atenção para o estado com menor renda por pessoa – o Maranhão, que registra PIB per capita de R$ 6,8 mil. O pesquisador explica que o tamanho da população puxou o resultado para baixo. O Distrito Federal concentra a maior renda per capita do país (R$ 58,4 mil).

“Se o PIB per capita é o PIB divido pela população, logo, no estado com uma população grande, a 10ª maior do país, o índice tende ser menor, apesar de o Maranhão ter tido um crescimento favorável na economia. Já no DF, o movimento é contrário, tem população pequena, mas concentra alta renda, reflexo do administração pública”, acrescentou o o gerente.

Edição: Denise Griesinger