Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, pediu hoje ao ministro da Fazenda interino, Nelson Barbosa, a manutenção das medidas de incentivo ao setor automotivo. O prazo dado pelo governo termina no dia 31 de agosto, mas é possível que as medidas sejam prorrogadas.
Meneghetti participou de uma reunião de trabalho hoje (27), no Ministério da Fazenda, com outros representantes do setor, exceto das montadoras, e a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A Fenabrave pediu ainda ajuda para o setor de motocicletas que, segundo Meneghetti, tem dificuldade de acesso ao crédito para o consumidor final e tem sofrido mais que outros segmentos. Para ele, o Banco Central (BC) deveria liberar parte do depósito compulsório para o financiamento de motocicletas, assim como faz com os automóveis – medida adotada pelo governo para enfrentar a crise. O depósito compulsório é um valor que as instituições financeiras são obrigadas a recolher ao BC.
“Ele [Nelson Barbosa] ficou de conversar com o Alexandre Tombini [presidente do BC], e acredito que a medida deve sair. Para cada 100 propostas de compra de motos, apenas dez ou 11 são aprovadas. Também solicitamos a manutenção do Procaminhonheiro, que é uma taxa de 5,5% para caminhões, importante para o setor”, disse Meneghetti ao deixar o Ministério da Fazenda. O Programa Procaminhonheiro é mantido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Meneghetti elogiou as medidas do governo para estimular o setor automotivo ante a crise. Segundo ele, foram decisões que provocaram um reação muito positiva. “Já superamos os números do ano passado e viemos solicitar ao governo a manutenção das medidas”, disse o presidente da Fenabrave.
Para ele, o problema na General Motors (GM), que pode demitir em uma de suas unidades, é pontual, e não de todo o segmento automotivo. “Os estoques estão mais confortáveis, e esperamos a retomada na sequência da manutenção das medidas. Acredito que as montadoras terão que entender que este é um momento em que todos devem reunir esforços para manter a economia aquecida e por isso terão que rever suas posições.”
Edição: Nádia Franco