Marli Moreira
Repporter da Agência Brasil
São Paulo – Às vésperas de reunir-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o secretário executivo da pasta, Nelson Barbosa, a diretoria da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automorores (Anfavea) preferiu não comentar a cobrança feita ao setor feita ontem (26), pela presidenta Dilma Rousseff, mas, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que houve expansão do número de postos de trabalho em junho.
Dilma, que está em Londres para a abertura dos Jogos Olímpicos, disse que deseja ver cumprido o acordo que prevê a manutenção dos empregos em troca da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Esse acordo estabeleceu o estímulo fiscal concedido pelo governo ao setor automotivo, de maio a agosto.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Anfavea ressaltou que o último levantamento sobre o desempenho do setor, relativo a junho, indicou uma expansão no número de postos de trabalho, com a criação de 1,9 mil vagas. A base de trabalhadores passou de 145 mil, em maio, para 146,9 mil, em junho, depois de ter ficado praticamente estável nos meses anteriores. Em março, houve um leve crescimento, de 145 mil para 145,1 mil, e em abril, de 145 mil para 145,2 mil.
Apesar disso, a Anfavea admite que, isoladamente, existem problemas que envolvem o segmento de caminhões e as mudanças na General Motors. E é nessa montadora que há um embaraço sobre o qual o governo federal quer explicações, em encontro marcado para a próxima terça-feira, em Brasília, que terá presença de executivos da Anfavea .
A GM está com um excedente de mão de obra após decidir desativar parte do polo industrial de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Três dos quatro modelos de carros de passeio que eram fabricados pela montadora, naquela localidade, deixaram de ser produzidos. A desativação começou no último dia 12 pela linha de montagem do Zafira. Na semana passada, parou de ser produzido o modelo Meriva e, na última quarta-feira, o Corsa Hatch. Apenas foram mantidas as atividades de produção do Classic.
Para minimizar os efeitos da desativação do pólo de São José dos Campos, a empresa realocou 170 metalúrgicos para a linha de montagem da Pick-up S10, que fica no mesmo complexo industrial. Também foi lançado um Programa de Demissão voluntária (PDV) em duas etapas, mas a adesão foi pequena, com a saída de 356 empregados.
A GM não confirma o número de postos ociosos, porém, o sindicato da categoria diz que há l,5 mil metalúrgicos sob o risco de serem demitidos. Em audiência, ontem (26), com representantes do Ministério Público do Trabalho, da empresa e dos trabalhadores, não houve nenhum avanço sobre a questão e ficou agendada uma rodada de negociações para o próximo dia 4 de agosto.
Edição: Lana Cristina