Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O impasse entre governo federal e professores de universidades federais continua. Após reunião, a greve, que dura 68 dias, segue sem data para terminar. O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, reconhece que não houve avanço nas negociações. “Ainda estamos muito longe de um acordo”, admitiu.
Durante quase três horas, representantes da categoria demonstraram ao governo insatisfação com a proposta de reajuste salarial apresentada no dia 13. Segundo a presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira, a rejeição foi por unanimidade.
“Temos uma grande divergência com o governo enquanto concepção. O conjunto das entidades rejeitou por unanimidade e o governo avalia que tem avanço na sua proposta. O que eles oferecem desestrutura ainda mais nossa carreira”, disse Marinalva.
A Andes apresentou ao governo documento com 13 itens que desqualifica a proposta de aumento salarial oferecida pelo governo. Segundo o texto, “a proposta foi elaborada sem a definição de conceitos, de critérios e de índices necessários à reorganização e à afirmação de direitos” e ainda classificou como “desestruturação da carreira docente e da malha salarial correspondente”.
Dados do Andes e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) apontam que a paralisação atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica.
Para o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, o governo tem trabalhado “arduamente” para a resolução do problema. “Estamos trabalhando arduamente para chegar a um acordo para que possamos retomar atividades, recuperar o tempo de greve e para que nossos alunos não sofram prejuízos ainda maiores que já tiveram”, disse.
Uma nova reunião foi agendada para as 10h de amanhã (24). Mendonça se reunirá ainda hoje com os ministros do Planejamento, Miriam Belchior, e da Educação, Aloizio Mercadante, para apresentar as reivindicação dos professores universitários federais.
Edição: Fábio Massalli
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