Deputada quer ouvir ex-integrantes do Conselho de Direitos Humanos de Minas sobre crimes da ditadura

21/06/2012 - 23h33

Iolando Lourenço e Ivan Richard
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Ex-integrantes do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG) deverão prestar esclarecimentos à Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Hoje (21), a deputada Erika Kokay (PT-DF) apresentou proposta à comissão.

A parlamentar, que é vice-presidente do colegiado e integrante da Comissão da Verdade da Câmara, propõe que o ex-ministro Nilmário Miranda, o ex-coordenador da Comissão Estadual de Indenização às Vítimas de Tortura do Conedh (MG) Robson Sávio, Gilberto Vasconcelos e Emely Salazar sejam ouvido pela Câmara sobre a prática de tortura e de violação dos direitos humanos, em Juiz de Fora (MG), durante o regime militar.

Para Kokay, as informações que foram colhidas pela Comissão Estadual de Indenização às Vítimas de Tortura (Ceivt), do Conselho Estadual de Direitos Humanos de Minas Gerais, revelam o lado mais cruel da ditadura e podem auxiliar a desvendar torturas e mortes ocorridas durante o regime militar.

“São informações de grande relevância e que, mesmo tendo sido mantidas distantes da opinião pública até o momento, podem contribuir de forma decisiva para a completa elucidação do que efetivamente aconteceu com inúmeros presos políticos, cujos paradeiros ou cujas circunstâncias em que foram mortos, até hoje, permanecem ignoradas”, disse a petista.

“O comparecimento dessas pessoas será de grande valia para o melhor encaminhamento dos trabalhos da Comissão da Verdade e, certamente, ajudará a resgatar a memória sobre esse triste período de nossa história”, avaliou a deputada.

A petista disse ainda que vai apresentar, na próxima semana, requerimento de informações à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) cobrando explicações sobre a denúncia de que o órgão, durante o governo do então presidente da República e atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), monitorou Dilma Rousseff durante suas atividades profissionais no Rio Grande do Sul.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Dilma foi monitorada por órgãos de inteligência estatal mesmo depois do fim da ditadura militar (1985). De acordo com documentos liberados pelo Arquivo Nacional, o Serviço Nacional de Inteligência (SNI), órgão que antecedeu a Abin, apontava Dilma Rousseff como parte de uma infiltração comunista em órgãos da prefeitura de Porto Alegre e do governo do gaúcho.

 

Edição: Aécio Amado