Ministra rebate críticas sobre timidez do pacote ambiental na criação de áreas de preservação

05/06/2012 - 17h55

Carolina Gonçalves e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O processo de criação de unidades de conservação (UCs) mudou e incluiu a consulta a todas as instâncias políticas para verificação de conflitos socioambientais, afirmou hoje (5) a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Ao rebater críticas sobre a timidez do pacote ambiental anunciado nesta terça-feira, que criou duas unidades e ampliou outras três áreas de preservação, a ministra explicou que a consulta foi a solução encontrada para evitar problemas depois da constituição dessas áreas.

“Não chegamos ao limite das áreas protegidas. Mas não vamos criar UCs como no passado, sem consultar todas as instâncias políticas ou sem verificar se existem conflitos socioambientais estabelecidos”, disse. Segundo a ministra, hoje, o país tem que rever as áreas de várias unidades de conservação por identificar, só depois da criação, a presença de comunidades e até de sedes urbanas inteiras de municípios nesses locais.

Izabella Teixeira garantiu que as UCs criadas com o pacote não têm conflitos e tiveram a concordância de todas as partes envolvidas. “Queremos fazer uma gestão mais permanente e não ter que ficar remodelando as áreas já propostas”, observou, reconhecendo que faltou a criação de uma unidade em Maués, na Amazônia, que era de intenção do governo federal. A região tem uma importante função na preservação de espécies primatas, mas, segundo a ministra, a proposta de criação dessa área não foi aceita pelo governo do estado.

“Temos que buscar agora outros biomas menos protegidos. A Amazônia está no último degrau para alcançar a meta de 30% do território protegido. Temos 27,4%. Outros biomas como Pampa, Caatinga e Pantanal precisam ter unidades ampliadas, assim como as áreas costeiras e ambientes marinhos”, acrescentou Izabella.

A ministra ainda voltou a destacar a redução do desmatamento na Amazônia. Pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na região foi 8% menor entre agosto de 2010 e julho de 2011, comparado ao período anterior. Izabella Teixeira acrescentou que os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento da Amazônia em Tempo Real (Deter), também produzido pelo Inpe, mostram uma redução do desmate mês a mês.

“O Deter de abril mostra que a redução de desmatamento em 2012 em relação a abril de 2011 foi 51%. De maio de 2012 a maio de 2011, a redução foi 64%”.

Edição: Lana Cristina