Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, confirmou hoje (30) à tarde que se encontrou com o ministro Gilmar Mendes ontem (29) à noite. Ele negou que tenha abordado o tema da recente crise entre Mendes e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Troquei ideias, bati um papo. Não fui lá para me solidarizar, para recriminar, que não me cabia, nem nada. Simplesmente conversei com ele”, disse Britto. Mendes afirmou que durante encontro ocorrido no final de abril, Lula tentou pressioná-lo para adiar o julgamento do mensalão, previsto para os próximos meses.
Britto disse que a conversa não estava pré-agendada e que decidiu ir até a casa de Mendes depois de sair de uma solenidade na Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF), por volta das 20h30. Ele disse que trataram apenas de assuntos pessoais, durante cerca de 20 minutos.
O ministro registrou, ainda, que declarações recentes do ministro sobre os colegas da Corte não criaram mal-estar. Em entrevista publicada no jornal O Globo de hoje, Mendes disse que o mandato de Britto era “tampão” e que os ministros mais novos ainda não têm a “cultura do Tribunal”.
Britto disse que “não há clima de animosidade. Isso é fácil constatar”.
O presidente do STF alegou que não se manifestou oficialmente sobre o caso para defender Mendes porque ele não pediu. “Ninguém tomou a iniciativa porque entendeu que não há gravidade para isso”.
No ano passado, o STF publicou uma nota institucional para defender o ministro Ricardo Lewandowski. Ele era acusado de beneficiar a si mesmo ao suspender investigações nas folhas de pagamento do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Edição: Rivadavia Severo