Brasil ganha status de risco insignificante à doença da vaca louca

23/05/2012 - 17h17

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) confirmou hoje (23) o reconhecimento do status de risco insignificante para a doença da vaca louca (encefalopatia espongiforme bovina) no território brasileiro. Apesar de nunca ter registrado um único caso da doença, principalmente por ter a maior parte do seu rebanho criado em pasto, o Brasil tinha o status de risco controlado.

A confirmação da mudança do status aconteceu durante a 80ª Sessão Geral da Assembléia Mundial de Delegados da OIE, em Paris. A decisão foi tomada por unanimidade, após nenhum dos delegados dos 178 países-membros da organização questionar o relatório de rastreabilidade apresentado pelo governo brasileiro. O pedido tinha sido encaminhado em 28 de outubro de 2011.

Segundo o diretor do Departamento de Sanidade Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, o novo status representa um avanço importante e trará benefícios à cadeia produtiva de carne. “Agora, o desafio será manter essa classificação e avançar em relação a outras doenças, o que dependerá do incremento e fortalecimento do serviço veterinário oficial”, disse.

O Brasil entra agora no restrito grupo de 19 países com status de risco insignificante para a doença da vaca louca. De acordo com o Mapa, o reconhecimento deve favorecer a reabertura do mercado de tripas da União Europeia, estimado em US$ 100 milhões anuais, e a exportação de animais vivos e carne in natura com osso para países que usavam o status de risco controlado para justificar o embargo a produtos brasileiros, como a Turquia, que consome US$ 250 milhões anuais em carne bovina.

O Mapa informou que agora o Brasil passa ao mesmo patamar de grandes concorrentes mundiais na venda de carne, como Índia, Austrália e Nova Zelândia. Também aumenta a possibilidade de exportar bovinos vivos para países vizinhos, como a Argentina, o Uruguai e o Paraguai. A expectativa, segundo o ministério, é que o reconhecimento contribua para aumentar em 20% a receita das exportações de carnes em 2012, chegando a US$ 6,4 bilhões.

Edição: Fernando Fraga