Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Uma cadeia simbólica, feita de canos de PVC, foi montada hoje (20) na orla da Praia de Ipanema, na zona sul da capital fluminense. A iniciativa chamou a atenção para a demora do Supremo Tribunal Federal (STF) em votar o processo do chamado mensalão.
No calçadão, os manifestantes colheram cerca de 1,2 mil assinaturas em uma petição. O documento pede celeridade ao STF no julgamento dos réus do mensalão e também pode ser assinado na internet. Lançado em abril, o documento conta atualmente com cerca de 40 mil adesões e será entregue à Corte até o final do mês.
O protesto é uma iniciativa da rede de movimentos contra a corrupção e ocorre paralelamente em capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis, segundo os organizadores.
No Rio, à frente do Movimento 31 de Julho, o empresário Marcelo Medeiros diz que a demora no julgamento abre a possibilidade da prescrição de crimes cometidos por políticos, às vésperas das eleições municipais – cuja campanha no rádio e na TV começa em 21 de agosto. "O que não pode é [o STF] deixar de julgar, porque isso dá abertura, evidentemente, no caso de condenação, para que [candidatos] fichas sujas sejam eleitos, o que, obviamente, contraria a Lei da Ficha Limpa", disse Medeiros, que vestia uma camisa com os dizeres "Pega Ladrão".
O processo do mensalão apura o envolvimento de 38 réus em um esquema de compra de votos de parlamentares no primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. A ação tramita desde 2007 no Supremo e contém denúncias feitas há sete anos. O andamento do caso depende do voto do revisor, ministro Ricardo Lewandowski, e espera-se que entre na pauta de sessões do STF ainda no primeiro semestre. O relator é o ministro Joaquim Barbosa.
Para traçar um estratégia para o julgamento, o caso será tema de reunião no STF na próxima terça-feira (22). Segundo o presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto, a ideia é avançar no cronograma e na logística, processo iniciado no último dia 9 de maio.
Edição: Lana Cristina