Gurgel rejeita convite para prestar esclarecimentos à CPMI do Cachoeira

02/05/2012 - 16h47

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, rejeitou convite para prestar esclarecimentos à comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga a relação do empresário de jogos ilícitos, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários.

O convite foi feito na manhã de hoje (2) pelo presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), que querem que o procurador-geral conceda explicações sobre as operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal. Durante o encontro, o procurador-geral da República fez uma síntese do andamento das investigações.

Em nota divulgada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Gurgel alegou que um depoimento seu à comissão “poderá futuramente torná-lo impedido para atuar nos inquéritos em curso e ações penais subsequentes”. Ele também garantiu que o Ministério Público Federal “não se furtará a investigar quem quer que seja”.

Gurgel voltou a explicar os motivos que retardaram o pedido de abertura de inquérito no STF, já que recebeu as primeiras informações sobre o envolvimento de políticos com Cachoeira ainda em 2009. Segundo o procurador, os dados iniciais eram insuficientes e os indícios mais robustos chegaram apenas com a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. O material completo dessas apurações foi encaminhado à PGR pela Justiça Federal em Goiás no início de março.

“Esse material reunia indícios suficientes relacionados a pessoas com prerrogativa de foro e, assim, menos de 20 dias depois, em 27 de março, o procurador-geral da República requereu a instauração de inquérito no STF, anexando tudo o que recebeu nas duas oportunidades [operações Las Vegas e Monte Carlo]”, diz a nota.

De acordo com Gurgel, cabe ao Ministério Público Federal definir os rumos e estratégias da investigação. Ele também explicou aos parlamentares que o material do inquérito é muito vasto e está sendo analisado com o devido critério e a necessária prioridade.

Edição: Fábio Massalli