Entidades e alunos doam livros ao programa Arca das Letras durante a Bienal

20/04/2012 - 14h17

Da Agência Brasil

Brasília - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, esteve hoje (20) na 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura em Brasília. Pepe prestigiou um ato de doação de livros, de diversas entidades e de alunos do ensino médio, ao programa Arca das Letras. “O projeto é muito interessante. Levar o hábito e acesso à leitura em um universo muito amplo da população rural brasileira é dar um grande passo nos avanços do nosso país”, disse o ministro durante a visita.

“O ministério não poderia deixar de estar presente nesta importante iniciativa que está sendo desenvolvida aqui. Qualquer atividade que visa incentivar a leitura e fazer com que a população brasileira tenha acesso à leitura merece nosso apoio. A presença da Arca das Letras na bienal é um motivo de muita alegria para todos nós”, disse Pepe.

O programa Arca das Letras é uma ação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), criado em 2003, para implantar bibliotecas exclusivas no campo e desenvolver acesso mais direto das pessoas do meio rural ao livro e à informação. Para isto, o MDA forma e qualifica moradores das comunidades voluntariados que se dedicam e ficam a disposição da comunidade. As bibliotecas rurais são montadas nas casas dessas pessoas ou em sedes de associações locais.

A estudante do primeiro ano do ensino médio, Raquel Peixoto, de 15 anos, foi ao estande para doar livros ao Arca das Letras. “A minha escola faz doação de livros para o projeto há cinco anos. Eu sempre separo os livros que não uso mais. A gente costuma colocar recadinhos dentro dos livros que doamos para as pessoas lerem. É um tipo de interação. Fico imaginando para que cidade o livro vai, quem vai ler e o que achará do livro. É engraçado sentir essa curiosidade”, disse, com entusiasmo, a estudante.

Para a coordenadora-geral de ação cultural do MDA, Cleide Soares, o acesso à leitura em comunidades diversificadas, formadas por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, comunidades de pescadores, remanescentes de quilombos, indígenas e populações ribeirinhas, tem um valor diferente. “O livro no campo tem uma representação maior, pois ali [no campo] muitos não tem acesso a meios de comunicação, como internet ou TV, e pela leitura conhecem um mundo novo. O povo do campo aprecia e desenvolve uma verdadeira paixão pela leitura”, disse.

Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em março deste ano, o brasileiro lê em média quatro livros por ano e apenas metade da população pode ser considerada leitora. Cleide Soares disse à Agência Brasil que o programa tem colocado a leitura em lugares distantes. Muitas localidades são praticamente inacessíveis e com bibliotecas nessas comunidades, a leitura torna-se uma atração. “É comum encontrarmos no campo leitores que leem mais de 30 livros por ano”.

Desde 2003, o Arca das Letras beneficiou cerca de 1,5 mil famílias, por meio de 17 mil agentes de leitura e aproximadamente 9 mil bibliotecas instaladas em mais de 3,2mil municípios brasileiros.
 

Edição: Fábio Massalli