Governo e oposição começam a coletar assinaturas de deputados para abrir CPI do Cachoeira

12/04/2012 - 18h05

Ivan Richard e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O governo e a oposição começaram hoje (12) a coletar assinaturas de deputados para criação da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que vai apurar a participação de parlamentares, agentes públicos e privados no esquema montado pelo empresário de jogos ilícitos Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, investigado pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.

Os deputados estimaram que até o final da próxima semana será possível instalar a CPMI. “Não haverá dificuldade para a coleta [das assinaturas] porque há um acordo entre os partidos. Se tudo correr bem, até o final da próxima semana, podemos instalar a CPMI. Vai depender das negociações, das indicações dos nomes e da agilidade dos partidos”, disse o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

“Não temos a menor dúvida que terça-feira [17] até o meio da tarde, quando retornam os congressistas, teremos número suficiente para protocolar a comissão”, acrescentou o líder do PSDB, Bruno Araújo
(PE). Para a instalação são necessárias, pelo menos, 171 adesões de deputados e 27 de senadores.

Apesar do aparente clima amistoso entre governistas e oposicionistas para criação da CPMI, a disputa pelos cargos de comando está acirrada. As maiores bancadas na Câmara e no Senado PT e PMDB regimentalmente têm o direito de indicar o presidente e o relator dos trabalhos. Contudo, PSDB e DEM reivindicam a divisão do comando. Pela proporcionalidade, os peemedebistas do Senado devem indicar o presidente, enquanto os petistas da Câmara a relatoria.

“A não ser que o PMDB abra mão [para a oposição], porque o PT não vai abrir mão [de indicar]”, enfatizou o líder o PT, Jilmar Tatto (SP). “O PT não vai abrir mão dessa prerrogativa que o povo brasileiro deu quando elegeu 85 deputados. Sobre as funções de presidente e de relator, me parece o mais adequado que os dois partidos maiores ocupem essas funções”.

O líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que se não houver a divisão dos principais cargos da CPMI, a oposição contará com a participação da sociedade para forçar as investigações.
“Não há dúvidas que o governo tem maioria esmagadora e a oposição terá que ser muito diligente para evitar que a CPMI acabe em pizza. Porque, na prática, o governo vai aprovar os requerimentos que quiser”.


Edição: Rivadavia Severo