Pequenos rios e canais poluídos de seis municípios da Baixada Fluminense serão desassoreados e limpos

28/03/2012 - 12h15

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro - Dezenas de pequenos rios, canais e valões, receptores e diluidores de esgotos in natura da Baixada Fluminense vão passar por um processo de limpeza e desassoreamento. Seis municípios beneficiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC da Baixada) vão receber ações adicionais do Limpa Rio, programa do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O projeto inaugurado hoje (28) prevê a retirada de cerca de 46 mil metros cúbicos de sedimentos e lixo ao longo de 12 quilômetros de leitos e margens até o fim do ano.

“O Limpa Rio Baixada surgiu da necessidade de dar sustentabilidade aos investimentos que fizemos dentro do programa Guaçú, com o governo federal, onde investimos mais R$ 340 milhões durante os últimos 4 anos para dragar e urbanizar as margens dos principais rios da Baixada. Vamos agora limpar os pequenos rios, valões e canais para que não voltem a entupir os rios já limpos”, explicou a  presidenta do Inea, Marilene Ramos.

O projeto de limpeza será contínuo e na primeira etapa, que vai até dezembro, com investimentos de R$ 7,8 milhões, serão incluídos oito rios e respectivos canais dos municípios de Mesquita (Canal Dona Eugênia), Nilópolis (Rio Pavuna-Meriti), Nova Iguaçu (Canal Toucinho e Canal Laranjeira), Belford Roxo (Rio Botas, no trecho Rua Mauá-Estrada de Xerém, Canal do Outeiro e Valão do Ipê) e Duque de Caxias (Canal Pantanal).

Os serviços incluem a retirada da vegetação aquática, do lixo flutuante e do depositado nas margens, e ainda de sedimentos que assoreiam o fundo dos leitos. As prefeituras estão responsáveis pelos projetos de urbanização e de reflorestamento e recuperação da vegetação ciliar das margens dos rios.

Marilene Ramos explicou que o programa também é focado na educação ambiental da população para evitar ocupações e construções irregulares e o lançamento de lixo e de resíduos nas margens e nos leitos dos rios. “Hoje encontra-se de tudo nos rios: sofá, televisão, geladeira. Por isso, faremos um trabalho paralelo de conscientização da população para que ela se envolva no processo de cuidado dos rios e mude hábitos para evitar as inundações e acúmulo de lixo.”

O Projeto Iguaçu reassentou 2,5 mil famílias e já está na sua segunda fase. Com investimentos de R$ 80 milhões, o intuito é a criação de piscinas para acumular água nas cheias dos principais rios da região e evitar inundações. A terceira etapa, cuja aprovação de licitação está sendo analisada pela Caixa Econômica Federal, terá R$ 360 milhões para serem investidos nos próximos três anos.

Segundo a Secretaria Estadual do Ambiente, cerca de 7,5 mil famílias vivem em áreas inundáveis da Baixada Fluminense. Entre os 12 municípios que abrigam os mais de 3 milhões de habitantes, alguns apresentaram os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio, segundo dados de 2011 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O pior índice do estado foi registrado no município de Japeri, onde mais de 5 mil famílias vivem em situação de pobreza extrema. O índice se baseia em dados como expectativa de vida, escolaridade, expectativa de escolaridade e renda média.

 

 

Edição: Lílian Beraldo