Sindicatos pedem liberação da Marginal Tietê por sete dias para normalizar abastecimento de combustíveis

07/03/2012 - 19h43

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) e o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) encaminharam hoje (7) um ofício ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, solicitando a liberação da Marginal Tietê para os caminhões-tanque por sete dias, “tempo mínimo necessário para que se regularize parte dos estoques nos postos”. Segundo eles, até o momento a prefeitura não se pronunciou sobre o ofício.

A marginal foi incluída na zona onde os veículos pesados de carga não podem trafegar das 5h às 9h e das 17h às 22h de segunda a sexta-feira. Nos sábados a interdição é das 10h às 14h. A restrição de veículos na marginal e em outras vias da cidade teve início na última segunda-feira (5).

“O ofício pede que a prefeitura compreenda a situação hoje no mercado e dê um prazo de sete dias para que os caminhões possam trabalhar, inclusive na Marginal Tietê, para que sejam repostos, com muito mais rapidez, os estoques dos postos para atender à população”, disse o presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia.

“É possível sim [obedecer a restrição]. Há um custo adicional, mas é possível abastecer com as restrições previstas”, disse Alísio Vaz, presidente do Sindicom. “Estimamos que havendo o término desses movimentos de piquete, podemos demorar de três dias a uma semana para repor a situação à normalidade”, complementou Vaz.

Com a paralisação dos caminhoneiros, em protesto contra a restrição de tráfego de veículos de carga em algumas vias da cidade, muitos postos de combustível deixaram de ser abastecidos. Segundo Gouveia, praticamente 100% dos postos hoje (7) estão sem gasolina. “Alguns postos tem um pouco de álcool, que deve terminar hoje, e diesel, que tem um pouco também, mas deve terminar já, já”, disse ele, em entrevista coletiva na sede do Sincopetro.

Desde a manhã de hoje (7), a distribuição de combustíveis é feita somente por meio de escolta da Polícia Militar. “Nas últimas 24 horas, distribuímos pouco mais de 2 milhões de litros, quando o normal seria de aproximadamente de 30 milhões a 40 milhões de litros. É muito pouco, por isso está sendo priorizado os serviços essenciais à população”, disse Vaz, citando o caso dos aeroportos, hospitais, transportes coletivos, entre outros.

A Agência Brasil perguntou a prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Transportes se havia uma resposta sobre o ofício encaminhado pelos sindicatos. A secretaria disse ainda não ter recebido o ofício e a prefeitura, até o momento da publicação desta reportagem, não respondeu a pergunta.

 

Edição: Rivadavia Severo