Ações do projeto Passaporte Verde devem integrar comunidade e Poder Público, defende ministério

28/02/2012 - 10h12

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - As ações que vêm sendo desenvolvidas no município fluminense de Paraty, escolhido pelas Nações Unidas (ONU) como piloto da campanha global Passaporte Verde, devem ser desdobradas em outras iniciativas que integrem a comunidade e o Poder Público local, de maneira a priorizar as questões de sustentabilidade na área de turismo.

A avaliação foi feita à Agência Brasil pelo gerente de Projetos do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e coordenador da campanha Passaporte Verde no país, Allan Milhomens. As ações empreendidas em Paraty são apoiadas pelo governo, por meio do MMA e do Ministério do Turismo.

A experiência piloto do Passaporte Verde no Brasil começou em Paraty com a implantação de educação ambiental nas escolas, com foco no consumo consciente na área de turismo. “Na verdade, houve um grande processo de mobilização local (em Paraty). O ministério já vem implantando alguns projetos na área de apoio ao turismo comunitário. E a gente vem incentivando a mobilização dos atores locais em torno de algumas iniciativas que estão integradas à agenda da campanha”, disse.

Um dos projetos criados foi o roteiro Vivência  Paraty – Agroecoturismo. Outra iniciativa foi o projeto Gastronomia Sustentável. “Existe uma série de ações que estão sendo impulsionadas no âmbito da campanha". Ao dar o apoio técnico, o ministério estimula a criação de condições para que a sustentabilidade seja um instrumento voltado à formatação do produto turístico local, acrescentou Milhomens.

Em Paraty, a campanha está sob a coordenação do Fórum da Agenda 21 local, que reúne todas as ações de desenvolvimento sustentável do município. O Fórum Desenvolvimento Local Integrado Sustentável (Fórum Dlis) promove no próximo dia 5 de março, na prefeitura de Paraty, reunião para realinhamento das ações previstas no município. Além de discutir os avanços da campanha global, será abordada a implementação do Projeto Orla, que visa a disciplinar o uso dos recursos da orla, tornando-o mais racional.

Allan Milhomens explicou que foram  desenvolvidos produtos relativos à campanha Passaporte Verde no município, entre eles vídeos para televisão, banners, spots para rádio, cartazes. Foi produzido também um guia de consumo consciente para os turistas, com dicas de como deve ser o comportamento no ambiente visitado.

O gerente do MMA destacou a importância de Paraty para o processo de implementação do Passaporte Verde no Brasil. “Paraty é um destino único, culturalmente importante. É um destino de referência dentro do programa de regionalização do turismo”. Ele espera que,  com essas iniciativas, a cidade possa se tornar modelo de turismo sustentável. "Ou seja: podemos sensibilizar o turista a consumir produtos turísticos sustentáveis. E sabemos que, em Paraty,  esse turista pode encontrar o produto que procura”.

O esforço agora se volta para a preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorrerá no Rio de Janeiro em junho próximo, disse Allan Milhomens. Serão realizadas ações voltadas à capacitação de setores locais, com destaque para a área de hospedagem. “Isso já está ocorrendo na área de restaurantes, por meio do projeto Gastronomia Sustentável”. A ideia é ampliar o processo para o segmento de hotelaria e pousadas. “É um processo de mobilização contínua, permanente”.

Milhomens defendeu que a prefeitura local tenha envolvimento direto na campanha, por meio das secretarias de Turismo e de Meio Ambiente, para desenvolver projetos que estimulem os conceitos da campanha, englobando os processos de certificação de hotéis e restaurantes  e de qualificação da mão de obra local.

Ele ressaltou que Paraty é o único município brasileiro com embarcações que fazem sequestro de carbono nos roteiros turísticos desenvolvidos na região. A neutralização do carbono é feita por meio da recuperação de áreas de florestas degradadas. A meta é que haja avanços com projetos similares em outros setores, como hotelaria e gastronomia.

Edição: Graça Adjuto