Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Passageiros do sistema ferroviário do Rio de Janeiro viveram hoje (9) um dia de caos em várias estações de embarque. Os problemas começaram bem cedo, no início da manhã, quando um trem do ramal de Japeri, na Baixada Fluminense, seguia para a Central do Brasil e parou na Estação de Sampaio, já próximo ao destino final da viagem, aparentemente com defeito.
Era o horário de pico, quando há o deslocamento das pessoas para o trabalho. Os passageiros ficaram por mais de meia hora dentro do trem, que ficou fechado e parado na estação, e, ao saírem, ocuparam a linha férrea e apedrejaram a composição. O trem foi rebocado para reparos até a Central do Brasil. Muitos passageiros viajaram pendurados do lado de fora dos vagões.
Na Central do Brasil, o clima também ficou tenso, e as tropas de choque da Polícia Militar e da Guarda Municipal do Rio, além de agentes da concessionária SuperVia, que administra o serviço, tentavam conter o tumulto.
Policiais militares usaram spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão no saguão da Central do Brasil. A estação e o comércio no local ficaram fechados por 50 minutos, até o retorno da normalidade. Diversas pessoas tiveram crises nervosas e reações ao gás que se espalhou rápido, dentro e fora da estação. Um homem foi preso em flagrante roubando uma televisão e levado para a delegacia que funciona na Central.
Em nota, a SuperVia disse que a confusão “começou depois que um grupo de passageiros ameaçou o maquinista, obrigando-o a seguir viagem até a Central do Brasil”, impedindo, desta forma, que o procedimento para retirada da composição da Estação de Sampaio fosse realizado com segurança. A concessionária acrescentou que ressarciu os passageiros com vales-viagem. Segundo a SuperVia, o trem apresentou problemas no sistema de freios.
A auxiliar administrativa Nayara Gomes, que vinha da estação onde começou a confusão, ficou espantada com a ação da polícia e indignada com a falta de informação para a devolução da passagem. “A SuperVia não está dando informação, estão jogando bomba de gás lacrimogêneo. É um absurdo, eu estou indo trabalhar”, disse.
A Agência Reguladora de Transportes Concedidos (Agetransp) divulgou nota informando que enviou fiscalização ao local e instaurou processo para apurar os motivos do incidente. No ano passado, o governo do estado comprou 34 composições chinesas, que ainda estão sendo entregues, para tentar resolver os problemas dos trens urbanos no Rio. O governo do estado disse que três trens originários da China estão em testes.
Edição: Lana Cristina