Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) avalia que houve “mudanças estruturais significativas na economia brasileira”. A informação consta da ata da última reunião do comitê que decidiu, por unanimidade, no dia 18 deste mês, reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual para 10,5% ao ano. Foi o quarto corte seguido de 0,5 ponto percentual.
Segundo o Copom, essas mudanças “determinaram recuo nas taxas de juros em geral, e, em particular, na taxa neutra [juro real que permite o crescimento, sem pressões nos preços]”. “Apoiam essa visão, entre outros fatores, a redução dos prêmios de risco, consequência direta do cumprimento da meta de inflação pelo oitavo ano consecutivo, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais.”
Além disso, acrescenta o Copom, “o processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito bem como pela geração de superávits primários [economia para o pagamento de juros da dívida pública] consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país]”.
Para o Comitê, “todas essas transformações caracterizam-se por um elevado grau de perenidade – embora, em virtude dos próprios ciclos econômicos, reversões pontuais e temporárias possam ocorrer”. O Copom considera ainda que as transformações “contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de solvência e de liquidez”.
O Copom também avalia que têm contribuído para a redução das taxas de juros no país, o aumento da oferta de recursos externos e a redução no seu custo de captação.
Além disso, a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre do ano passado maior do que se esperava e a postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia também contribuem para a redução da Selic. “O Copom atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito”.
Edição: Lílian Beraldo