Chanceler da Alemanha prevê longo período de crise econômica

02/12/2011 - 9h47

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse hoje (2), em sessão no Parlamento, que deve “demorar anos” o fim da crise econômica internacional, que atingiu vários dos 17 países da zona do euro e os Estados Unidos. Pressionada a tomar decisões na tentativa de conter os impactos da crise, Merkel reiterou sua rejeição à proposta de o Banco Central Europeu emitir títulos em nome do conjunto de países que utilizam a moeda comum.

Para a chanceler alemã, é necessário definir uma espécie de freio da dívida e lançar as bases para a unidade fiscal na área do euro. A ordem do dia é a “união de estabilidade" para  fortalecer a região por meio de uma parceria fiscal. Segundo Merkel, a crise representa "uma oportunidade para fortalecer a União Monetária Europeia".

Ela defendeu ainda uma "nova união fiscal" na Europa, com “mais disciplina” no uso de recursos do orçamento. Para o dia 5, Merkel e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, preparam o anúncio de  propostas para combater os efeitos da crise com disciplina e reestruturação da União Europeia.

Segundo a chanceler, uma nova ordem na regulamentação definirá mudanças nas instituições de supervisão e nos mecanismos para fazer cumprir as disposições. A ideia é estipular regulamentos que incluam a estabilidade.

Para discutir o assunto, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, reúne-se hoje com Sarkozy em Paris. Sarkozy defendeu ontem (1º) a atuação da União Europeia e prometeu, em parceria com a Alemanha, reformar os tratados do bloco. Segundo ele, a saída da crise econômica internacional depende de trabalho e do controle dos gastos.

O presidente francês disse ainda que a estabilidade da Europa é o principal pilar para garantir a superação dos impactos da crise. De acordo com ele,  as decisões na região devem ser tomadas com “mais disciplina e  solidariedade” dos países-membros. É necessário  “repensar a organização da Europa”, acrescentou.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa, e da Notimex, do México//Edição: Graça Adjuto