No Egito, eleitores fazem longas filas e obrigam autoridades a prorrogar horário de votação

29/11/2011 - 6h36

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Comissão Eleitoral do Egito prorrogou ontem (28) os horários de votação em duas horas, fechando as urnas às 21h, para que todos que estavam nas filas tivessem condições de votar. As autoridades informaram que a participação nas eleições parlamentares foi maciça, mas não detalharam os números. A previsão era que cerca de 40 milhões de pessoas fossem às urnas em todo o país.
  
O processo eleitoral no Egito é longo e feito por etapas. A votação para a Assembleia Popular vai até 11 de janeiro do próximo ano - os resultados deverão ser revelados em 13 de janeiro. Depois, vem a etapa das eleições do Conselho Consultivo, de 29 de janeiro a 11 de março de 2012. O futuro Parlamento egípcio irá elaborar a nova Constituição do país. A Junta Militar se comprometeu a realizar as eleições presidenciais até junho de 2012.

Os eleitores escolhem os 444 parlamentares que integram a Assembleia Popular. No Egito, o Parlamento é unicameral, formado por 454 membros, mas dez são escolhidos pelo presidente da República.  Além da Assembleia Nacional, no Egito há o Conselho Consultivo (Shuria), formado por 264 pessoas – das quais 176 são eleitas por meio do voto popular e 88 são nomeadas pelo presidente.

As eleições foram realizadas em meio a uma série de protestos que completam hoje (29) dez dias. Os manifestantes pedem a renúncia coletiva da Junta Militar que comanda o país desde fevereiro, quando o ex-presidente Hosni Mubarak deixou o poder. Também se queixam de violações de direitos humanos.

Dos mais de 81 milhões de habitantes do Egito, 40% são analfabetos, segundo dados oficiais. Mas, os analfabetos podem votar e para facilitar há fotografias dos cerca de 10 mil candidatos associadas a figuras – como bola de futebol e pirâmide – para indicar o partido de cada um. Há símbolos ainda de escova de dentes e até batedeiras de bolo.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa//Edição: Graça Adjuto