Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em 2012, o Brasil deverá ultrapassar a Alemanha na produção de biodiesel, se transformando no maior produtor mundial desse tipo de combustível. A previsão é do presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, que participou na tarde de hoje (9) de uma audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado.
Segundo ele, apesar de ser considerado um sucesso, o programa de biodiesel brasileiro ainda tem desafios como a descentralização da produção e a ampliação da participação da agricultura familiar como fornecedora de matéria prima. “Nosso desafio é continuar crescendo com sucesso, mas de uma forma mais bem distribuída nos estados brasileiros e com maior participação dos pequenos produtores, especialmente nas regiões mais empobrecidas”, disse à Agência Brasil, antes da audiência.
De 2008 a 2011, a venda de biodiesel cresceu de 1,1 milhão de metros cúbicos (m³) para 2,6 milhões de m³. As regiões Centro-Oeste e Sul concentram o maior número de usinas. Em 2010, cerca de 100 mil agricultores familiares faziam parte do programa de biodiesel, mas, segundo Rossetto, a produção e a renda dessas famílias ainda não são satisfatórias.
Segundo Rossetto, o crescimento do programa de biodiesel depende do aumento da quantidade de biodiesel que é misturado ao óleo diesel mineral, atualmente na proporção de 5%, além do incentivo à exportação. Ele defendeu a atualização dos incentivos fiscais e tributários para o setor, assegurando apoio às regiões de menor desenvolvimento agrícola e social.
Rosseto também falou sobre o etanol, cuja produção e consumo estão em queda. Nos próximos dias, o governo deve anunciar medidas para estimular o setor. “As medidas já estão definidas pelos ministérios da Fazenda e de Minas e Energia. Imagino que até sexta-feira [11] ou segunda-feira [14] isso seja anunciado”. Além de financiamento para estocagem, também devem ser abertas linhas de crédito para estimular a renovação e expansão dos canaviais e para aproveitar a capacidade ociosa das usinas.
Edição: Vinicius Doria