Orlando Silva confirma saída do Ministério do Esporte

26/10/2011 - 18h57

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Depois de reunião que durou cerca de uma hora, com a presidenta Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Orlando Silva, comunicou que está se afastando do governo devido à crise que se instalou após a publicação de denúncias de que há um esquema de desvio de recursos públicos em sua pasta.

Ele disse que sai do cargo para poder defender-se das denúncias e também para evitar que seu partido, o PCdoB, seja usado como instrumento de ataque contra o próprio governo já que a legenda compõe a base aliada no Parlamento. “Há 12 dias, estou sendo vítima de ataques baixos. Nesses 12 dias, nenhuma prova foi apresentada contra mim. Mas isso gerou uma crise política e eu tenho compromisso com esse governo.”

Orlando Silva disse que, na conversa, a presidenta exaltou seu trabalho e os cinco anos em que ele esteve à frente da pasta. “Não é possível jogar cinco anos de trabalho na lata de lixo”, disse.

O ex-ministro do Esporte preferiu não comentar quem seria seu substituto na pasta, mas tudo indica que será um nome do próprio PCdoB. Hoje à tarde, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto carvalho, disse que, em um primeiro momento, Dilma deve optar por nomear o secretário executivo do ministério, Waldemar Manoel Silva de Souza, como interino, até que ela possa decidir, junto com o PCdoB, o nome do novo ministro.

Orlando Silva desafiou os jornalistas a quem concedeu a entrevista depois de sua demissão a publicar as notícias referentes à sua inocência, da mesma forma como vêm fazendo a respeito das denúncias envolvendo seu nome. Ele disse que provará sua inocência e repetiu que “não houve, não há e não haverá” nenhuma prova contra ele. “Quero defender minha honra e espero que os senhores jornalistas dediquem as mesmas páginas para publicar as provas da minha inocência.”

“A injustiça está em calúnias ganharem ares de verdade”, finalizou.

Há duas semanas, a revista Veja publicou denúncia do policial militar João Dias, que é dirigente de uma organização não governamental que recebeu dinheiro do ministério, sobre os desvios de recursos públicos do Programa Segundo Tempo. Depois da reportagem, Orlando Silva foi mais de uma vez ao Congresso Nacional para prestar esclarecimentos. O policial também foi ao Congresso e prestou depoimento à Polícia Federal, mas não chegou a apresentar provas, conforme havia prometido, de que o ministro recebeu dinheiro do esquema.


Edição: Lana Cristina