Dilma diz que não é "bravata" falar que Brasil não entrará em recessão por causa da atual crise

10/08/2011 - 23h44

Luciana Lima

Repórter da Agência Brasil
 

Brasília - Ao discursar para uma plateia de empresários do setor da construção civil, a presidenta Dilma Rousseff disse que "não é bravata" quando o governo diz que o Brasil não entrará em recessão por causa da crise financeira internacional. Dilma assegurou que o país tem mecanismos ainda não utilizados para evitar que as turbulências internacionais atinjam a economia.

“Quando eu digo que não entraremos em recessão, não é uma bravata. Temos condições de reagir. Só seremos presas fáceis se não reagimos”, disse a presidenta ao participar, em São Paulo, da abertura do 83° Encontro Nacional da Indústria da Construção.

Dilma enfatizou que o governo vai continuar olhando a crise mais como uma "oportunidade". "Momentos de crise são momentos de oportunidades, quando somos capazes de enfrentar a crise. Esta crise é criada em outros países. É uma crise financeira da qual o Brasil não tem responsabilidade alguma", disse a presidenta.

Ela também citou as reservas internacionais como um dos recursos do qual o Brasil poderá lançar mão. As reservas somam atualmente quase US$ 350 bilhões. Em 2008, o montante chegava a US$ 210 bilhões.

Dilma Rousseff lembrou que a primeira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida foi lançada após o estouro da crise internacional, em 2008, e elogiou a parceria que os empresários fizeram com o governo naquele momento. De acordo com a presidenta, o programa foi fundamental para gerar emprego e assegurar renda. "Muitos olharam incrédulos para nós", ressaltou.

A presidenta criticou as medidas adotadas, em 2008, nas economias desenvolvidas, que focaram em proteger o sistema financeiro, mas não se preocuparam com a população endividada. "Naquela época, todos os países do mundo utilizaram mecanismos para superar a situação de crédito, utilizaram recursos fiscais, entregaram para os bancos e deixaram sua população endividada com um subprime. Outros, como nós [o Brasil], apostamos no consumo, nos investimentos", disse.

 

Edição: Aécio Amado