Mariana Jungmann e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – O governo vai explicar amanhã ao Congresso Nacional as medidas que tomou e que pretende adotar para enfrentar a crise internacional. Os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Desenvolvimento, Fernando Pimentel e de Inovação Tecnológica, Aloizio Mercadante, estarão no plenário da Câmara dos Deputados, em uma comissão geral que se reunirá à tarde.
Os três vão falar sobre a crise internacional, os reflexos dela no Brasil e as medidas de combate que deverão ser adotadas pela equipe de governo. Na oportunidade, deputados governistas e oposicionistas farão questionamentos e devem discutir as possíveis soluções.
“Os ministros vão apresentar os programas do governo, tanto do Brasil Maior [programa de política industrial], como os programas de inovação e medidas futuras que serão tomadas diante do agravamento da crise internacional”, disse o líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O clima, em geral, é de apoio ao que for adotado pelo governo para evitar que a crise internacional atinja o país. “O Congresso Nacional está preparado para votar medidas para combater a crise. Estamos vivendo a continuidade da crise de 2008. Para enfrentar a crise – que não é marolinha – a oposição está aberta a discutir toda e qualquer medida que nos ajude a enfrentá-la”, disse o deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS.
No Senado, a oposição também se mostrou preocupada e aberta ao diálogo com o governo. O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), disse que “a crise de corrupção que atingiu o governo fez com que nos esqueçamos um pouco da crise econômica. É evidente que a oposição estará sempre disposta a contribuir, aprovando todas as medidas que o governo desejar para conter um processo que alcance o Brasil, com turbulências na área econômica”.
O senador Blairo Maggi (PR-MT), cujo partido avalia esta semana retirar-se da base governista, disse que nestas horas de crise é preciso lembrar que “perdemos todos”. “Uma coisa são os embates políticos do dia a dia. Outra é a atuação em um momento de crise. Eu não faltaria com a presidenta neste momento, porque eu estaria faltando com meu país”.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), criticou a dificuldade que os parlamentares norte-americanos impuseram ao presidente Barack Obama para aumentar o teto da dívida dos Estados Unidos e disse que, no Brasil, o Congresso sempre encontra um “terreno comum para proteger os interesses do país”.
Edição: Rivadavia Severo