Dilma descarta adoção de medidas recessivas para conter avanço da crise financeira global

08/08/2011 - 15h39

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff rechaçou hoje (8) a adoção de medidas recessivas na tentativa de conter o agravamento da crise financeira internacional. Para a presidenta, os países emergentes e ricos devem unir-se em busca de soluções, de um entendimento comum, para conter os impactos da crise.

Dilma ressaltou ainda que o governo brasileiro implementou ações para o “desenvolvimento sustentado, fiscalmente equilibrado, robusto, democrático e justo” e que não deve ser punido por erros alheios.

“Repudiamos todas as soluções recessivas para a crise mundial porque elas acirram o custo social dos ajustes, transferindo-os para os segmentos menos protegidos, com destruição do emprego e bem-estar”, disse Dilma, em almoço oferecido ao primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, no Itamaraty.

Ela lembrou do cenário político e econômico em que se encontra o Brasil e seus vizinhos sul-americanos. “No Brasil e na América do Sul, trilhamos um outro caminho. Buscamos o desenvolvimento sustentado, fiscalmente equilibrado e robusto, democrático e justo. Somos hoje modelo de paz, democracia e integração, livre de armas nucleares e que acredita no diálogo”.

Dilma disse ainda que o ideal é que os países emergentes e os ricos busquem uma coordenação multilateral para obter soluções para a crise global. Segundo ela, é uma questão de encontrar o consenso em nome do bem comum. “Precisamos incorporar a voz e os pontos de vista de um número maior de países emergentes e países desenvolvidos no enfrentamento global”, disse a presidenta.

Para a presidenta, o Brasil cumpriu as medidas adequadas, mas nem por isso irá furtar-se de unir forças para buscar a solução contra as depreciações competitivas e os impactos sobre a população, causados pela crise financeira. Segundo ela, os que cumpriram as tarefas não podem ser punidos pelos erros de outros países.

“Temos que nos coordenar multilateralmente contra as depreciações cambiais competitivas que anulam os esforços empreendidos pelos países em desenvolvimento. Os países que se protegeram dos efeitos da crise com políticas econômicas prudentes, no caso brasileiro, socialmente inclusivas, que levaram ao desenvolvimento acelerado, não podem ser escoadouros para os bens e serviços que deixam de ser consumidos nas potências econômicas em crise”, disse Dilma.

Edição: Lana Cristina