Da BBC Brasil
Brasília - Em uma semana de crescente pressão dos Estados Unidos e de outros países contra o governo da Síria, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, defendeu ontem (13) a busca por consenso sobre o tema no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo ele, a posição brasileira é a de que, apesar da violência contra manifestantes pró-democracia, há por parte do governo sírio alguma disposição para o diálogo.
O Brasil faz parte de um grupo de países dentro do conselho que vem resistindo a uma condenação mais dura à Síria, como gostariam os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França e outros países europeus.
No começo desta semana, após ataques às embaixadas dos Estados Unidos e da França em Damasco, cresceu ainda mais a pressão desses países contra o governo Bashar Al Assad.
“Apesar da violência em escala inaceitável – que o Brasil não considera condizente com um Estado moderno, democrático e pluralista, como esperamos que a Síria se torne cada vez mais –, o governo sírio, diferentemente do da Líbia, tem demonstrado alguma disposição em promover um diálogo nacional, em rever leis eleitorais, em soltar presos políticos e em avançar algumas reformas”, disse Patriota.
Para o chanceler, o ideal é que o Conselho de Segurança intensifique a busca pelo consenso, do contrário a disposição deve partir do presidente Bashar Al Assad – alvo de protestos intensos desde começo deste ano. O chanceler participou ontem da reunião do Conselho de Segurança que recomendou a integração do Sudão do Sul às Nações Unidas.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que Assad “perdeu a legitimidade” e não é “indispensável”. As críticas de Hillary ocorrem no momento que grupos de defesa dos direitos humanos informam que mais de 1,4 mil civis e 350 oficiais de segurança foram mortos durante as manifestações contra o governo.