Moradores da Mangueira discutem com a Polícia Militar implantação da UPP na comunidade

22/06/2011 - 20h14

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Moradores do Morro da Mangueira, policiais militares e assistentes sociais se reuniram hoje (22) para discutirem a implantação, na comunidade, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O morro foi ocupado no último domingo (19) policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope). A UPP deve ser instalada nos próximos 40 dias.

O subcomandante do Bope, tenente-coronel Fábio de Souza, agradeceu a maneira pacífica como a comunidade recebeu os policiais. Ele tirou dúvidas de moradores que estavam preocupados com possíveis prejuízos financeiros, porque terão de pagar, a partir de agora, contas de luz, que eram puxadas direto da rede elétrica e sinais de TV a cabo, conhecidos como "gatonet", além da mudança na rotina de ir e vir por causa da ocupação.

Souza disse que, com a UPP, muita coisa terá que mudar, principalmente o respeito às leis. Mototaxistas só poderão trabalhar se tiverem carteira de habilitação e sinais de TV a cabo "piratas" serão proibidos. A revistas às casas para procurar armas e drogas só ocorrerão durante o dia, garantiu o subcomandante.

O subprefeito da zona norte, André Santos, afirmou que uma tenda será montada, a partir de segunda-feira (27), para que as pessoas regularizem seus documentos e receber reclamações. No local também serão disponibilizados serviços públicos, prestados pela Rioluz e pela Secretaria de Conservação e Obras.

O presidente da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, Ivo Meireles, que também participou da reunião, disse que existem muitos problemas sociais que precisam de solução. Entre elas, a questão dos desabrigados das chuvas de abril de 2010 e o destino da verba que seria usada na construção do teleférico que teve a sua construção suspensa.

Meireles também manifestou preocupação sobre como se dará a instalação da UPP, e deseja discutir com as autoridades como serão feitas as melhorias na comunidade. “Quando vem esse pacote pronto, é isso que nos incomoda. A quem interessa esse pacote pronto? Para a comunidade não interessa esse pacote pronto. A comunidade precisa ser ouvida. Ela tem tantos anseios, que está muito feliz em saber que o Poder Público está entrando na comunidade. Contudo, essas melhorias precisam ser conversadas e discutidas com a comunidade”, disse.

 

Edição: Aécio Amado