Yara Aquino e Pedro Peduzzi
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o ex-ministro Antonio Palocci prestou um “serviço inestimável” ao governo durante o período em que esteve na chefia da Casa Civil. Ao ser perguntado por jornalistas se a saída de Palocci iria acalmar os ânimos da oposição e da base aliada no Congresso Nacional, Cardozo respondeu com ironia que só há calma em período de recesso parlamentar.

“Não me lembro de Congresso calmo - e olha eu fui parlamentar por oito anos. Só em recesso. Mas, obviamente, a dinâmica política lá seguirá os próprios passos”, disse em entrevista coletiva para detalhar o Plano Estratégico de Fronteiras, anunciado hoje (8).

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, que também participou da entrevista, disse que a crise em torno de Palocci estava sendo “artificialmente alimentada”. Na avaliação de Jobim, a relação entre os Poderes Executivo e Legislativo será sempre marcada pela tensão.

“Houve uma mudança de rumo da presidenta [Dilma Rousseff] que atende a determinadas situações de uma crise que estava sendo posta e artificialmente alimentada, inclusive. O que é importante ter presente é que a relação republicana entre os Poderes Executivo e Legislativo terá que ser, necessariamente, uma relação de tensão", disse o ministro.

Antonio Palocci deixou a Casa Civil após denúncias sobre a evolução do patrimônio dele, publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, de 2006 a 2010, período em que Palocci atuou como deputado federal, o patrimônio dele teria aumentado 20 vezes. Palocci coordenou a campanha eleitoral de Dilma Rousseff à Presidência e, após a vitória nas urnas, passou a integrar a equipe de transição.

Edição: Vinicius Doria