Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Polícia Federal (PF) anunciou hoje (12) a prisão de 12 pessoas acusadas de envolvimento em um esquema de fraudes na concessão de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que causou prejuízos aos cofres públicos estimados em R$ 3 milhões. Entre os presos estão três servidores do órgão.
A operação, batizada de Maternidade, contou com 135 policiais federais e 12 servidores do Ministério da Previdência Social, tendo sido deflagrada na região metropolitana de São Paulo, nas cidades de Barueri, Carapicuíba, Osasco, Franco da Rocha, Francisco Morato e Guarulhos.
De acordo com nota da PF, os crimes vinham sendo investigados desde novembro do ano passado. Em seis meses, foram constatadas irregularidades na concessão de 130 benefícios. O valor das fraudes pode ser maior porque “há indícios de que outros benefícios fraudulentos tenham sido concedidos, sendo, agora, identificados em decorrência dessa operação”.
O que chamou a atenção para as fraudes foi o fato de pessoas de baixa renda terem empregado 12 pessoas para tarefas domésticas, em um período de dois anos, com salários superiores a R$ 2 mil. A tática era a de buscar mulheres grávidas, filiando-as à Previdência Social na falsa condição de empregadas domésticas.
Depois, o grupo recolhia entre três e quatro contribuições sociais e a última delas em valores acima de R$ 2 mil para, em seguida, solicitar o benefício do salário-maternidade que incide sobre o último salário recebido.
Outra estratégia foi a simulação de pensão por morte. Por meio de dados sobre pessoas que morreram sem deixar dependentes, os criminosos falsificavam documentos para ter acesso ao benefício para o qual contavam a ajuda de servidores.
Todos foram indiciados e poderão pegar até 12 anos de reclusão pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato qualificado, corrupção passiva e corrupção ativa e inserção de dados falsos em sistema de informações em banco de dados da administração pública.
Edição: Lana Cristina