Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entende que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, “é inadequada”, mesmo considerando-se que o ritmo de alta foi menor que nas duas vezes anteriores, que tiveram dosagens de 0,5 ponto percentual, cada.
Em nota, a CNI afirmou que o aumento da taxa para 12% ao ano “mostra uma perspectiva de combate ao aumento dos preços, centrada unicamente na política monetária, sem o peso devido da política fiscal”. Para a entidade, o uso da política monetária no controle da inflação concentra o ônus sobre o setor produtivo e encarece consideravelmente o investimento.
Mesmo a utilização de medidas macroprudenciais, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que afeta o custo do crédito, “tem efetividade limitada e prejudica a captação de recursos para a expansão das empresas”, de acordo com a CNI.
A confederação diz que a elevação da Selic aponta para um ciclo de aperto monetário com reflexos na valorização cambial e “graves danos à atividade produtiva”. Para a CNI, a política fiscal é subutilizada no controle da inflação e deveria ser prioritária para evitar uma alta sistemática dos preços.
“A experiência internacional mostrou, por diversas vezes, que o controle dos gastos públicos é mais eficiente e causa efeito mais rápido sobre o nível geral de preços do que a política monetária”, diz a nota.
Edição: Lana Cristina