Reunidos em Londres, aliados prometem manter pressão sobre Khadafi

29/03/2011 - 15h45

BBC Brasil

Brasília - Os representantes dos países-membros da coalizão que promove a ofensiva militar na Líbia, prometeram hoje (29) manter a pressão sobre o líder líbio, Muammar Khadafi, até que ele deixe o poder. A decisão foi anunciada durante reunião extraordinária em Londres. No encontro, compareceram 40 enviados de diversos países, além de representantes da Liga Árabe, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.

A embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice, disse que o presidente Barack Obama não descarta a hipótese de armar os rebeldes para ajudá-los a combater o regime de Khadafi. Antes da conferência, representantes da Inglaterra e dos Estados Unidos se reuniram com representantes dos rebeldes líbios, também Londres, mas estes não fizeram parte da conferência.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou que os ataques às forças leais a Khadafi continuarão até que o líder líbio “cesse os ataques aos civis, recue suas tropas de locais onde elas entraram à força e permita que os serviços-chave e a ajuda humanitária cheguem a todos os líbios”.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que a intervenção da coalizão internacional evitou um “massacre” no bastião rebelde de Benghazi (no Leste do país), atacado pelas tropas pró-Khadafi, e deu uma “chance de liberdade” à Líbia.

“A razão de estarmos aqui é que o povo líbio não pode buscar esse futuro [sem Khadafi] por sua conta”, afirmou. “Nós estamos todos aqui com um propósito único, que é o de ajudar o povo líbio em seu momento de necessidade.”

Cameron lembrou ainda que a cidade de Misrata (no Oeste do país) ainda sofre com o que ele chamou de “ataques assassinos” das tropas líbias. “Recebi relatos nesta manhã de que a cidade está sob ataque por terra e mar”, disse.

O ministro das Relações Exteriores da Inglaterra, William Hague, disse que a própria conferência em Londres lança um novo processo político para a Líbia, mas agregou que o destino de Khadafi e do país “será decidido pelos próprios líbios”. Segundo ele, o mundo inteiro está discutindo o futuro líbio, não só as potências ocidentais.