Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) suspendeu hoje (15) à noite o julgamento do segundo pedido de providências para abrir processo administrativo contra o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), Luiz Zveiter. Mais cedo, o CNJ havia analisado outro pedido de providências contra o desembargador por ele ter feito propaganda eleitoral em favor do irmão, em outubro do ano passado.

Desta vez, o conselho analisava se Zveiter, que já foi presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), usou do cargo de desembargador para dar ganho de causa à incorporadora Cyrela em uma ação relativa à construção de um condomínio no Rio de Janeiro. A Cyrela é cliente do escritório da família Zveiter, mas o desembargador não se declarou impedido no caso e julgou um recurso favoravelmente à empresa quando era presidente do TJRJ.

No início do julgamento, a defesa de Zveiter pediu que ele fosse adiado pelo adiantado da hora, o que foi negado pela maioria. A relatora do caso, corregedora Eliana Calmon, votou pela abertura de processo disciplinar, o que foi seguido por um pedido de vista do conselheiro Nelson Braga.

Alguns conselheiros questionaram o fato de Braga não se declarar impedido, uma vez que ele é amigo íntimo de Zveiter e já se declarou impedido de julgar um caso do desembargador em outra ocasião. “A suspeição é eminentemente subjetiva, mas se é suspeito em um, é suspeito em outro”, disse Eliana Calmon.

“Não tenho amizade íntima com o Zveiter, inclusive já tive embates com ele”, defendeu-se Braga. Antes do fim do julgamento, os conselheiros Jefferson Kravchychyn e Jorge Hélio preferiram antecipar o voto, acompanhando a decisão da relatora.

Edição: Lana Cristina