Vitor Abdala
Enviado Especial
Nova Friburgo (RJ) - A chuva não deu trégua hoje (14) à cidade de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro. No município, que teve mais de 240 mortos por causa do temporal na última quarta-feira (12), choveu forte na madrugada desta sexta-feira e durante vários momentos do dia.
A Companhia de Limpeza Urbana da cidade do Rio de Janeiro (Comlurb) começou a ajudar a prefeitura na limpeza das ruas da cidade, mas ainda é possível ver muita lama e lixo em vários pontos de Nova Friburgo.
A maioria das lojas continua fechada. Nos poucos supermercados abertos, havia fila para comprar alimentos. O trânsito pela cidade é caótico, devido às interdições de vias para limpeza e resgate de vítimas, mas também por conta de quedas de barreiras, pedras e árvores nas rodovias que saem da cidade.
Os trabalhos de resgate do Corpo de Bombeiros continuam por toda a cidade. Hoje, as equipes de resgate e salvamento conseguiram chegar à localidade de Campo do Coelho, na Rodovia Teresópolis-Friburgo, onde há muita destruição e mortos por deslizamentos de terra.
Segundo a prefeitura, há uma preocupação de resgatar os corpos, mas a prioridade é salvar pessoas com vida que estejam em pontos isolados do município. Hoje, pessoas tiveram que ser resgatadas de um sítio em Córrego Dantas, com a ajuda de um helicóptero e uma corda.
Como o único hospital público da cidade não está conseguindo atender os feridos, o Corpo de Fuzileiros Navais e o Corpo de Bombeiros montaram hospitais de campanha na cidade.
O medo também está presente no cotidiano dos moradores de Nova Friburgo. Como a cidade fica num vale, onde há muitas encostas e rios, a população está encarando o município como uma grande área de risco.
Na manhã de hoje, um boato de que uma barragem havia se rompido levou pânico às ruas do centro da cidade. Milhares de pessoas correram pelas ruas, muitas chorando e em busca de um lugar mais alto para se abrigar, temendo a suposta enxurrada.
Alguns funcionários da prefeitura chegaram a ser tirados às pressas do prédio, com a ajuda dos fuzileiros navais que montavam o hospital de campanha no local. Mas tudo não passou de boato.
Em cada abrigo ou local destruído pela chuva, há uma história de drama familiar. Nem o coordenador da Defesa Civil municipal, coronel Roberto Robadey, escapou. Segundo ele, quatro primos seus estão desaparecidos.
Edição: João Carlos Rodrigues