Alimentos farão inflação ficar acima do centro da meta em 2011, diz Mantega

14/01/2011 - 20h30

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A inflação ficará acima da meta em 2011 por causa dos alimentos, disse  hoje (14) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele negou que a alta dos preços observada nos últimos meses seja reflexo de problemas estruturais da economia brasileira.

O ministro fez as declarações após participar da primeira reunião ministerial convocada pela presidenta Dilma Rousseff. De acordo com ele, a alta dos alimentos afeta não apenas o Brasil, mas todos os países produtores de commodities (bens agrícolas e minerais com cotação no mercado internacional).

“Não é uma inflação estrutural [decorrente da incapacidade de o país produzir o que é consumido], mas de um fator externo que é a alta dos alimentos”, afirmou o ministro. Segundo Mantega, os preços estão sendo pressionados por fatores internacionais e pelas chuvas de janeiro, que afetam as lavouras.

O encarecimento dos alimentos, disse o ministro, foi o fator que fez o Ministério da Fazenda estimar inflação de 5% em 2011 pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acima do centro da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para ele, o aquecimento da economia, que cresceu 7,5% no ano passado, tem impacto sobre os preços de serviços, mas o problema é localizado.

Apesar das pressões inflacionárias, Mantega afirmou que o Brasil não corre o risco de passar do o teto da meta de inflação, que é de 6,5%. “Cumprimos a meta em 2010. A inflação no ano passado foi de 5,9% e será menor neste ano. A desaceleração não é imediata, mas o Banco Central está aí para atuar se necessário [para garantir o cumprimento da meta]”, declarou.


Edição: Lana Cristina