Elaine Patricia Cruz
Enviada Especial
Foz do Iguaçu (PR) - Os governos do Brasil e da Bolívia assinaram hoje (16), em Foz do Iguaçu, um acordo de cooperação que prevê fortalecer as operações bilaterais conjuntas e ações de inteligência, impedindo o tráfico de drogas, pessoas e de armas, além de crimes ambientais, principalmente na fronteira entre os dois países.
De acordo com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o acordo prevê a expansão da cooperação dos dois países em cinco áreas: formação e capacitação policial, operações conjuntas e de inteligência, lavagem de dinheiro, fortalecimento das relações de fronteira e migratória. O documento foi assinado por Barreto e pelo ministro de Governo da Bolívia, Sacha Llorenty. O acordo ainda precisa ser confirmado pelos legislativos dos dois países.
Dentre os cinco planos de ação, Barreto destacou que um dos mais importantes são as operações conjuntas entre as polícias brasileira e boliviana e de inteligência. Isso, assinalou, servirá para mapear o crime organizado na fronteira.
De acordo com o ministro, é preciso que a sociedade esteja atenta para esse problema. "A sociedade tem que despertar para esse problema grave da violência, que é muito vinculado ao tráfico de drogas e de armas. Quando as pessoas estão consumindo drogas, não podem esperar por um Brasil tão seguro.”
Acordo semelhante, segundo o ministro, está sendo proposto ao Paraguai e pode ser assinado em breve. O Brasil também pretende que o mesmo tipo de cooperação seja estabelecida com o Uruguai, a Colômbia e o Peru. De acordo com Barreto, a meta é ter um sistema mais efetivo de combate aos crimes na fronteira em toda a América do Sul.
Também foi aprovado hoje, durante a reunião de ministros das Relações Exteriores do Mercosul e de países associados, o mandado de captura de pessoas procuradas pela Justiça, projeto que já tinha sido assinado pelos ministros de Justiça.
O acordo abrange os quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), além da Bolívia, Equador, Colômbia e Peru. Por meio da expedição do Mandado Mercosul de Captura será permitida a prisão de pessoas foragidas da Justiça no território de qualquer um desses países. Elas serão entregues aos países onde estão sendo procuradas sem a necessidade de processo de extradição.
O acordo sobre Mandado Mercosul de Captura e Procedimentos de Entrega ainda precisará ser aprovado pelos legislativos de todos os países do bloco, o que, segundo o ministro, deve ocorrer no próximo ano.
Edição: João Carlos Rodrigues