Comunidades ameaçadas de remoção fazem manifestação em frente à prefeitura do Rio

10/02/2010 - 17h43

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Representantes de 119 comunidades, lideradas pela Vila Autódromo, protestaram hoje (10) em frente à prefeitura, naCidade Nova, contra a possibilidade de remoção dos moradores para áreasmais distantes. O protesto teve apoio de militantes de movimentos populares pela moradia e ocupações urbanas.Mais de 250 pessoas participaram do ato, quetranscorreu sem incidentes.Segundo participantes do protesto, o secretário municipal de Habitação, Jorge Bittar,recebou ontem (9) alguns líderes comunitários com os quais se comprometeu a fazer aintermediação com o prefeito Eduardo Paes para que os moradores permaneçam nas comunidades. Hoje o prefeito chamou uma comissão de moradores para um diálogo. De acordo com o presidente da Associação de Moradores da Vila Autódromo,AltairGuimarães, o prefeito manifestou disposição para dialogar com os moradores das comunidades e ressaltou que sua posição em relação às remoçõesnão é a que está sendo apresentada pela mídia.Ele disse que os moradores da Vila Autódromo sofre com o processo de remoção há maisde 16 anos. “Existe uma ação judicial a ser julgada e talvez seja por issoque a comunidade se mantém até hoje, pois temos o título de possedado pelo governo Leonel Brizola [1983-1987 e 1991-1994]”, afirmou o líder comunitário.Guimarães disse que as manifestações contra a remoção voltaram a ser realizadas com a escolha do Rio de Janeiro parasede dos Jogos Olímpicos de 2016. “Não há lugar na cidade para o pobre. Eles querem fazer uma limpeza social, e a gente não aceita. Somos nósque elegemos eles, e depois que eles estão instalados no poder achamque podem fazer das nossas vidas o que querem”, criticou.Construída por pescadores, acomunidade da Vila Autódromo existe há 40 anos na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Em 2007, durante os Jogos Pan-Americanos, as casas da vila foram marcadas pela Secretaria Municipal de Habitação e os moradores foram cadastrados. O motivo da provável remoção dos moradores é a construção na localidade do Centro de Mídia e de outras obras previstas para os Jogos Olímpicos.