Partidos reagem à decisão de Aécio de se afastar de pré-candidatura

20/12/2009 - 12h53

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A decisão dogovernador de Minas Gerais, Aécio Neves, de se afastar da disputa àpré-candidatura pelo PSDB à Presidência da República mexeu com otabuleiro da sucessão nos partidos envolvidos diretamente na campanhapresidencial. O PSB, que tem o deputado Ciro Gomes (CE)como pré-candidato, já prepara uma ofensiva no segundo maior colégioeleitoral do país com o objetivo de melhorar a situação do parlamentarnas pesquisas.“Estamos convictos de que haverá uma reação departe da população que apostava na candidatura de Aécio Neves e, agora,se sente novamente afastada das decisões da política nacional desde1955”, disse à Agência Brasil o vice-presidente nacional do PSB,Roberto Amaral. Ele acrescentou que o partido já vem fazendo“intervenções políticas e táticas” para ocupar ao máximo o espaço deixado por Aécio Neves em Minas Gerais.No PSB, a avaliaçãoé de que dificilmente o governador aceite ser candidato a vice-presidentenuma eventual dobradinha com José Serra, governador de São Paulo.Roberto Amaral acrescentou que, com a decisão anunciada na semanapassada, mesmo que Aécio Neves se integre à campanha de Serra, “não conseguirá desfazer a convicção de parte da populaçãoque se sente desassistida e desamparada por ele”.Já no PT, a palavra de ordem é prudência e o partido continuará a trabalhar com dois cenários nas pesquisas de opinião até junho,quando serão realizadas as convenções nacionais: uma com a candidaturatucana de Aécio Neves e outra com a de José Serra. “Caso o Serra comece aficar preocupado com o seu desempenho nas pesquisas e decida sercandidato à reeleição por São Paulo, o PSDB, se conversar bem com oAécio, acredito que ele reveja sua posição e saia candidato”, disse opresidente do PT, Ricardo Berzoini (SP).Outra estratégia paraalavancar a candidatura de Dilma Rousseff em Minas Gerais é trabalharao máximo a formalização da coligação PT-PMDB no estado. Nesse sentido,Berzoini afirmou que no início de marçoos dois partidos se reunirão para analisar qual dos pré-candidatos aogoverno mineiro tem melhor condição de se eleger. O sonho do PT étrabalhar uma aliança que possa unir os  petistas Patrus Ananias eFernando Pimentel e os peemedebistas Hélio Costa e José Alencar, quedeixaria a Vice-Presidência para candidatar-se a uma vaga ao Senado.Amigo pessoal do governador de Minas, o ministro do Trabalho e representante do PDT no governo, Carlos Lupi, avalia que só em março será possível terum cenário claro sobre como caminhará o PSDB na sucessão presidencial.“Não está nada definitivo. O Aécio deu um xeque-mate e não vejo, peloque tenho conversado com ele, a disposição de ser vice do governadorSerra. Ele vai esperar e, até março, se dedicar à campanha do Anastásia [Antonio Augusto Anastásia, vice-governador] ao governo de Minas”.No PSDB, o movimento é para, a partir de janeiro,tentar ao máximo um processo de aproximação entre José Serra e AécioNeves para tentar o que o partido chama de chapa "puro-sangue". A vice-presidente do partido,Marisa Serrano (MS), ressaltou que caberá ao presidente tucano, SérgioGuerra (PE), conduzir pessoalmente esse processo, já que tem bomtrânsito com os dois e, por isso, “será a válvula mestra nessacostura”.O DEM, aliado tradicional, apenas acompanha odesenrolar da costura interna entre os tucanos. “Trabalhamos com umaperspectiva de vitória. Não há, no partido, a ambição de indicar ovice-presidente, mas de colaborar com a possibilidade real de elegermoso presidente”, afirmou o líder do partido no Senado, José Agripino Maia(RN).