Governo ainda não decidiu como utilizar rede herdada da eletronet, diz Hélio Costa

16/12/2009 - 13h58

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse hoje (16) que o governo vaiinvestir para melhorar as redes de fibra ótica herdadas da massa falidada Eletronet. Ele disse que o governo ainda não decidiu o que fará com essas redes e não quis se pronunciar sobre o assunto para evitar “especulações” a respeito da reativação daTelebrás. “O maisimportante é que o governo está de posse e, estando de posse, ele temsegurança para investir. Por que de que adianta eu ter essaslinhas se não puder investir nelas? Então agora eu estou ciente de queeu posso investir, isso é um bom caminho”, afirmou Costa. Na época em que foi divulgada a criação de um Plano Nacional deBanda Larga, cogitou-se a possibilidade de criação de uma nova estatalpara concorrer com as empresas privadas, na tentativa de baratear oscustos do acesso à internet de alta velocidade. A ideia não é aprovadapelo ministro nem pelos empresários do setor que querem que o governodisponibilize sua infraestrutura de fibras óticas para que elas possamofertar o serviço em locais menos interessantes economicamente. HélioCosta, que esteve em audiência pública na Comissão de Ciência eTecnologia do Senado, também criticou a taxa de interconexão cobradapelas operadoras de telefonia móvel para ligações entre empresas. Naopinião do ministro, essa taxa encarece o preço das ligações e deve serrenegociada. “Se você, fazendo uma ligação dentro da mesma empresa,pode ter umcusto bem inferior, por que ele tem que ser tão superior quando vocêfaz a utilização da rede da outra empresa? Todo mundo entende que ainterconexão tem sido a grande vilã dos preços altos da telefonia. Asempresas vão ter que encontrar soluções para isso”, afirmou. Dianteda dificuldade de se conseguir redução tributária nos estados para aampliação do acesso à telefonia e internet móveis, o ministroconsidera que a redução da taxa de interconexão pode ser uminstrumento de negociação. “Não há intenção de reduzir cargatributária, mas eu acho que nós podemos fazer um esforço, tanto daparte das empresas de reduzir a taxa de interconexão, quanto dosgovernos estaduais e do governo federal. Se todo mundo diminuir umpouquinho, eu acho que a gente pode ter uma redução considerável na taxa de telefonia no Brasil”, afirmou.O ministro disse ainda que o Plano Nacional de Banda Larga deve ser divulgado até 20 de janeiro dopróximo ano, conforme solicitado pelo presidente Luiz Inácio Lula daSilva. Um dos objetivos da proposta é aumentar a conexão de internet dealta velocidade no Brasil dos atuais 19 milhões de pontos de acessopara 90 milhões até 2014.