Crise em Brasília atrasa licitação para obras de estádio que abrigará jogos da Copa

15/12/2009 - 18h15

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As denúncias sobre um suposto esquema de corrupção no governo doDistrito Federal, investigado pela Polícia Federal, estão atrasandoo processo de licitação da reforma do Estádio Nacional de Brasília(antigo Mané Garrincha), onde serão disputados jogos da Copa doMundo de 2014. O arquiteto Eduardo de Castro Mello, responsável peloprojeto do estádio de Brasília, disse que a licitação deveria tersaído há 15 dias. Segundo Mello, a licitação não saiu devido a"motivos óbvios", ou seja, o que aconteceu na cidade. Eleacredita, no entanto, que isso ocorra nos próximos dias.Para ele,o andamento da obra também não terá prejuízos e a reforma deve ser concluída em tempo suficiente parao estádio abrigar os jogos da Copa. “Está tudo dentro do prazo."O único problema é que a etapa de agora – da licitação e daconcorrência para a obra – já deveria ter saído, disse ele. "Emvista desses problemas todos [denúncias de corrupção], ogoverno está aguardando o momento oportuno para levar adiante”,afirmou. A concorrência para a obra é pública e será bancada pelogoverno do Distrito Federal. De acordo com o arquiteto, oprojeto prevê uma reformulação do estádio, com rebaixamento donível de campo, construção de um novo desenho de arquibancada einstalação de uma cobertura retrátil. Pelo projeto, 71 mil pessoaspoderão assistir a jogos no estádio reformado. Quanto àlicitação para as obras do Estádio da Fonte Nova, em Salvador, queserá demolido e reconstruído para a Copa do Mundo, o ritmo estámelhor, disse o arquiteto Marc Duwe, um dos responsáveis peloprojeto. A abertura do envelope de qualificação para as obras doestádio estava prevista para hoje (15) e teria a participação deapenas um concorrente, o consórcio OAS/Odebrechet. A obra está estimada em cerca de R$ 600 milhões e vai ser feita pormeio de parceria público-privada com o governo da Bahia.“Se,no começo do próximo ano, tivermos todos os ganhadores e iniciarmosas obras no começo de março, não teremos prejuízos [detempo e de dinheiro]. O problema é que, se isso seestender mais no ano que vem, aí começará a apertar muito ocronograma de obras”, concluiu Duwe.