Setor privado quer usar linhas de transmissão de empresas estatais para ampliar acesso à internet

14/12/2009 - 18h34

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da NET,José Antônio Félix, defendeu que o setor privado use as linhasde transmissão de empresas estatais para promover o acesso de toda apopulação à internet – principal proposta do Plano Nacional deBanda Larga.“O governo tem quefazer uso dessa infraestrutura que ele dispõe e, de algum modo, facilitar o acesso [dasempresas] a essa infraestrutura”, disse Félix, num encontro com jornalistas, promovido pela empresa.No fim de novembro, ovice-presidente de políticas públicas de uma associação global detelefonia móvel, Ricardo Tavares, já tinha afirmado à AgênciaBrasil que o papel do governo no processo de universalização doacesso à internet banda larga era promover a infraestrutura. Para ele, a ideia de criar uma nova estatal para concorrer como setor privado, como vem sendo cogitado pelo governo, só iriaafastar os investimentos e não conseguiria levar a rede mundial decomputadores às cidades menores e mais pobres.Félix traça trêsquadros atuais no fornecimento de internet no Brasil. Segundo ele, existem lugares onde o mercado já está cheio e há interesseprivado em investir, como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.“Nesses locais, um centavo sequer [de dinheiro governamental] seriaum desperdício de recursos públicos.” Há ainda, de acordo o presidente da NET, regiões do país onde existeoferta do serviço, mas o mercado está monopolizado por apenas umaempresa. Nesse caso, acrescentou, precisaria haver incetivos para novos entrantes,de modo a promover a competição. Já em locais como a RegiãoNorte, onde a infraestrutura é cara e há pouco interesse comercialdas empresas privadas, o governo deve usar incentivosfiscais e oferta de infraestrutura para atrair investidores dosetor.De acordo com númerosda Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o mercado de banda larga móvel e celulares cresceu 20% em outubro. Esseforte aumento da demanda tem deixado preocupado o presidenteda agência, Ronaldo Sardemberg. No mês passado, ele disse que temprocurado soluções para que o país não passe por um “caladão”, ou seja, uma paralisação nos serviços de telefonia.