Desfiliação de Arruda desmonta estratégia do DEM de usar caso como tática de defesa ética

11/12/2009 - 12h00

Renata Giraldi
Enviada Especial
Santiago (Chile) - Adesfiliação do governador do Distrito Federal, José RobertoArruda, do DEM desmontou a estratégia organizada por um setor dopartido que pretendia usar a expulsão do política como trunfo dadefesa da ética e da moralidade. No entanto há membros da Executiva Nacional da legenda que defendem a manutenção do discurso comoelemento de reação a eventuais ataques dos adversários.Enviados comoobservadores estrangeiros para as eleições no Chile, quatrointegrantes do Democratas afirmam que a decisão de cancelar areunião que ocorreria hoje (11) em Brasília indica que o objetivo éesvaziar o assunto e evitar que o tema volte ao debate. Elesreconhecem, porém, que é difícil neutralizar o assunto.De acordo com osintegrantes do partido, a orientação transmitida a Arruda é queele conclua seu mandato como governador, mantendo as ações de suagestão com apoio da popularidade, e busque a discrição. Segundoparlamentares experientes, o ideal seria o governador manter-seafastado dos debates políticos para evitar posteriores críticas.Ontem Arruda envioucarta ao DEM anunciando sua desfiliação do partido, segundo ele,“para evitar constrangimentos”. A Executiva Nacional da legendase reuniria hoje para avaliar a expulsão.“Para evitar o constrangimento de ter que decidir se entre saciar asede por atos radicais e midiáticos ou julgar com amplo direito dedefesa e cumprimento do prazo estatutário”, afirmou ele, ementrevista coletiva convocada ontem.“Tomo a difícildecisão de deixar a vida partidária desligando-me neste momento dopartido democrata. Não disputarei a eleição do próximo ano”.Arruda afirmou que vaidedicar-se dedicará ao governo e não pretende se candidatar em 2010à reeleição, como já era certo. “Com as atuais regraseleitorais, não disputarei mais nenhuma eleição”.O escândalo envolvendoas revelações da Operação Caixa de Pandora, realizada pelaPolícia Federal, isolou Arruda no DEM. A agravante, segundo osintegrantes do partido, foram as imagens que mostraram o governadornegociando dinheiro supostamente ligado a um complexo esquema decorrupção no Distrito Federal.