Para especialista, transporte público com combustível limpo é o melhor para reduzir emissões

05/12/2009 - 15h59

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O chefe do Laboratório de Monitoramento e Controle Ambientalem Transportes da Universidade de Brasília (UnB), FelipeAzevedo, disse que o transporte público de qualidade e que utilize combustíveis limposé uma das medidas mais importantes para reduzir as emissõesde gás carbônico causadas pelo deslocamento de pessoas.

 Ele ressaltou que o “setor de transporte nos centros urbanosé um dos principais atores na emissão de poluentes e, por isso,  é importante adotar medidas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa nessa área.

Segundo dados do Inventário Nacional de Emissõesde Gases Estufa, o transporte rodoviário representou 5,7% dototal de carbono lançado pelo Brasil em 2005. Em 1990, o setorcorrespondia a 5,3% do total. Em valores absolutos, os deslocamentospor terra passaram a emitir 72% mais carbono nos 15 anosavaliados, passando de214.922toneladas em 1990 para 362.032 toneladas em 2005.

Alémde incentivar a população dos grandes centros atrocar os veículos individuais pelo transporte coletivo,Azevedo acrescentou que a frota de ônibus deve utilizar cada vezmais energia limpa, como biocombustíveis e gás natural.

“Nãoé só o fator combustível, tem também amanutenção desses veículos”, destacou. Segundoele, o uso de veículos modernos e com a manutençãoem dia garante um consumo menor de energia e, por consequência,menos emissões.

Azevedo admitiu, entretanto, que fazer com que a populaçãotroque o carro pelo transporte coletivo é algo que demandatempo e dificilmente pode ser implementado de imediato. “Éclaro que para você mudar toda a maneira de se locomover de umapopulação é um pouco complicado, não éde uma hora para outra que isso vai acontecer”.

Emrelação aos automóveis, o pesquisador acreditaque um ponto importante é renovar a frota e fiscalizarprincipalmente os veículos antigos ainda em uso. Deacordo com ele, como os carros novos seguem as determinaçõesdo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) em relaçãoa emissão de poluentes, “os novos veículos nãosão os que preocupam mais, os que preocupam mais são osque já estão rodando. Esse são os que maisemitem. Os que estão saindo de fábrica estão de acordocom as resoluções do Conama”.