Aumento no padrão de chuvas precisa ser estudado, diz diretor de Furnas

03/12/2009 - 13h03

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O aumento das chuvas em algumas regiões do país deve serestudado para evitar novos blecautes como o do último dia 10 de novembro.Essa é a opinião do diretor de comercialização de energia de Furnas,Cezar Zani. “A mudança climática está sendo muito discutida. Existemposicionamentos divergentes, mas o fato é que tem que ser investigado,tem que ser analisado. Acredito que realmente tem que se investigaressa questão de aumento de chuvas”, afirmou Zani ao sair de audiênciapública nas comissões de Assuntos Econômicos e Serviços deInfraestrutura do Senado hoje (3). De acordo com ele, caso sejadetectado aumento dos índices pluviométricos, o próximo passo serárever o sistema de isolamento das torres de alta tensão. Os isoladoresfuncionam para não permitir que os cabos de alta tensão eletrifiquemtoda a torre, além de evitar curtos-circuitos. Atualmente, a normabrasileira determina que esses equipamentos devem atuar dentro de umpadrão de chuvas de até 1 milímetro por minuto. A norma também podeprecisar ser revista, caso se confirme mudanças nos índicespluviométricos. “Furnas já vem investigando soluções. Nóscontratamos o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) parainvestigar isso. Então estamos analisando distância de escoamento, apossibilidade de usar uma graxa de silicone ou um produto chamado RTV.Alguns [testes] foram bem sucedidos outros não”, afirmou o diretor deFurnas. Até o momento, a melhor opção encontrada para evitarque as chuvas intensas diminuam a suportabilidade dos isoladores foi umequipamento conhecido como chapéu chinês. Ele atua como um guarda-chuvasobre o isolador, impedindo que a água escorra por ele formando umapelícula condutora de eletricidade. “A gente torce que a experiênciacom o chapéu chinês seja bem sucedida, porque ele é de implementaçãofácil e rápida, além de ser barato”, explicou Zani. Segundo ele, estãosendo feitos testes no Cepel para ver o desempenho do equipamento antesde colocá-lo nas torres. O diretor de Furnas também afirmou quenão tem nenhum receio de que a Agência Nacional de Energia Elétrica(Aneel) penalize a companhia pelo blecaute que deixou 18 estados semenergia. “Nenhum equipamento de Furnas falhou, tudo funcionou dentrodas normas. Não há nenhum risco de a Aneel penalizar a empresa por algumafalha nos equipamentos”, concluiu.