Trabalhadores terceirizados da Fiocruz entram em choque com a PM

02/12/2009 - 10h52

Isabela Vieira*
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Policiais militares do Batalhão de Choque entraram hoje (2) naFundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Manguinhos, na zona norte do Rio, para conter uma manifestação de cerca de 800 trabalhadores de empresascontratadas para manutenção e limpeza da instituição. Os funcionáriosterceirizados reivindicavam o pagamento em dia de salários, férias, décimo terceiro e outros benefícios.Houve tumulto na entrada da Escola Nacionalde Saúde  Pública da Fiocruz. Os manifestantes atiraram pedras nospoliciais, que reagiram lançando bombas de efeito moral e gás depimenta. Alguns PMs atiraram para o alto.Segundo Guilherme deJesus, de 27 anos, operador de máquinas, os funcionários terceirizadosestão há 13 anos sem receber seus direitos trabalhistas. “Não temdécimo terceiro, férias, nada, nada. O pessoal hoje queria fazer uma manifestaçãopacífica. Ninguém quebrou nada, não jogou pedra em ninguém para ter essabaderna toda. Simplesmente eles chegaram com a tropa de choqueagredindo todo mundo e dando tiro de borracha, sem perguntar nada”.Oprotesto dos funcionários terceirizados da Fiocruz começou por voltadas 9h. Eles fecharam duas pistas da Rua Leopoldo Bulhões, emManguinhos. Policiais militares do 22º Batalhão (Maré) e do Batalhão de Choque estiveram no local e dispersaram o grupo. Umfuncionário identificado como Marcelo Sacramento, de 34 anos, foidetido e levado para a delegacia de Bonsucesso. Revoltados, osmanifestantes foram para dentro da Fiocruz, onde iniciaram outroprotesto, desta vez contra a prisão de Marcelo.A confusão sóterminou no fim da manhã com a interferência do vice-presidente daFiocruz, Pedro Barbosa. Ele reconheceu a existência de passivostrabalhistas e prometeu negociar com a empresa terceirizada que,segundo informou, já foi afastada da instituição e os funcionáriosabsorvidos por outra companhia.“De fato houve um problema com aempresa tercerizada responsável pela manutenção e limpeza do campus daFiocruz em Manguinhos, que começou a descontinuar o pagamento aosfuncionários em agosto,mas que já foi resolvido. Nós entramos com um processo mediado pela Justiça do Trabalho. Porém, infelizmente, essa empresa deixou umpassivo com os trabalhadores, que esperamos resolver o mais rápidopossível”, explicou Barbosa.