Conferência da Unesco discute situação dos 700 milhões de analfabetos no mundo

01/12/2009 - 4h48

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Belém recebe apartir de hoje (1º) representantes de 190 países paradiscutir a educação de jovens e adultos no mundo. Cercade 2 mil pessoas são esperadas para a sexta ediçãoda Conferência Internacional de Educação deJovens e Adultos (Confintea). O evento é convocado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a cada 12 anos e pela primeira vez ocorre no Hemisfério Sul. A últimaConfintea foi realizada em Hamburgo, na Alemanha, em 1997. Para o especialista daUnesco em educação de jovens e adultos, TimothyIreland, houve avanços nos últimos 12 anos, mas ainda épreciso melhorar a questão do financiamento das políticasde ensino voltadas para esse público. “Temos a necessidadede avançar da retórica para a ação.Esperamos que Belém realmente marque uma nova fase com relação à educação de jovens e adultos em termos deinvestimento, financiamento, legislação e políticaspúblicas”, disse à Agência Brasil.Quarenta ministros de Educação estão confirmadospara o evento, inclusive Fernando Haddad. Segunda dados daUnesco, há 774 milhões de adultos analfabetos em todo omundo. Três quartos desse total concentram-se em 15 países,entre eles o Brasil. Na avaliação de Ireland, os paísesda América Latina concentraram-se muito nos últimosanos em campanhas de alfabetização, mas nãopensaram na educação de jovens e adultos de formacontinuada. “Isso não ésuficiente. Precisamos de políticas que incluam aalfabetização, mas pensem na sua continuidade. Emvários países da América Latina, como a Venezuela,Bolívia, o Equador, Paraguai e Brasil, houve um investimentogrande”, destacou. O Brasil tem hoje 14,2 milhões depessoas com mais de 15 anos que não sabem ler e escrever, oque equivale a 10% da população dessa faixa etária.Entre 2007 e 2008, a redução da taxa foi de apenas0,1%. Segundo Timothy Ireland, osmaiores avanços desde a última Confintea foram empaíses europeus, especialmente na Inglaterra. “Na Europatem-se investido bastante na educação de adultos,com destaque muito grande para a formação profissional.Eles consideram que esse investimento não é sóna educação, mas tem impactos na competitividadeeconômica da Comunidade Europeia”, afirma. A Confintea éorganizada pela Unesco em parceria com o Ministério daEducação e o governo do Pará. As atividadesseguem até sexta-feira (4).