Ao deixar Cúpula Ibero-Americana, Lula minimiza falta de consenso sobre Honduras

01/12/2009 - 8h39

Lísia Gusmão
Enviada especial da EBC
Estoril (Portugal) - Semesperar a declaração final da 19ª CúpulaIbero-Americana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixoua cidade de Estoril hoje (1º) minimizando a falta de consenso entre os líderes sobre alegitimidade do governo eleito em Honduras. O presidente reafirmou aposição brasileira de rejeitar o processo eleitoralhondurenho e não dialogar com o presidente eleito PorfírioLobo.“Areunião não precisaria ter uma posiçãoconjunta. Não somos instância de deliberaçãosobre Honduras”, disse Lula. “O problema agora é muitomais de Honduras do que do Brasil.” Opresidente voltou a condenar as eleições realizadas semque o presidente deposto Manuel Zelaya, tirado do poder em junho,tenha sido restituído ao cargo. “O golpista agiucinicamente, deu um golpe no país e convocou eleiçãoquando não tinha o direito de fazê-lo. Não dápara fazer concessão a golpista.”Lularespondeu ao presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que acusou ogoverno brasileiro de “dupla moral” por aceitar as eleiçõesiranianas, mas não as hondurenhas. “O presidente doIrã concorreu as eleições, teve 62% dos votos,não se pode questionar o discurso da oposição,mas houve eleição dentro de uma regra em que nãofoi ferida a Constituição do país. Não dápara comparar com Honduras. SegundoLula, o próprio presidente da Costa Rica tinha feito umcondicionante para reconhecer o governo de Honduras, que era a voltado presidente Manuel Zelaya, convocação das eleições,e a volta à normalidade. “Nãopodemos compactuar com um golpe desta natureza. Daqui a pouco oerrado é o Zelaya e o benfeitor é o golpista. Se issoprevalecer, a democracia correrá sério risco na AméricaLatina e na América Central”, completou o presidentebrasileiro.