Decisão sobre Arruda divide democratas, mas governador diz que não sai do partido

30/11/2009 - 17h58

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O DEM saiu divididoda reunião com o governador do Distrito Federal, José RobertoArruda, acusado de liderar um suposto esquema de propina descoberto pelaPolícia Federal na Operação Caixa de Pandora. Após ouvir asjustificativas do governador, alguns senadores, como DemóstenesTorres (GO) e Agripino Maia (RN), e deputados, como Ronaldo Caiado(GO), defenderam a expulsão sumária de Arruda, que, no entanto, disse que não se desfiliará do partido.O senador HeráclitoFortes (PI) defendeu a abertura de um processo disciplinar,que poderia durar até dois meses e que abriria prazo para Arruda sedefender ainda como membro do DEM. O presidente dopartido, deputado Rodrigo Maia (RJ), informou que levará a questãopara a Executiva decidir, em reunião amanhã (1º) à tarde, emBrasília. DemóstenesTorres afirmou que, se o DEM não expulsar Arruda imediatamente, opartido poderá ser “contaminado” nacionalmente por problemasque, segundo ele, dizem respeito apenas à legenda no Distrito Federal. Caiado disse que o julgamento na instância partidária é umjulgamento político e que não significa uma injustiça em relaçãoao governador. Segundo Caiado, a imagem de defesa da ética que oDEM adotou irá água abaixo, caso o partido demore a tomar umadecisão, pensando nas eleições do próximo ano. “Assim não vaiadiantar nada ter mudado de nome”, afirmou o deputado, referindo-se ao Partido da Frente Liberal (PFL), que em 2007 passou a se chamar Democratas.Durante a reuniãocom os líderes democratas, Arruda, único governador eleito pelopartido, chegou a alegar inocência. Ele disse que o dinheiro querecebeu é referente a doações legais, devidamente registradas naJustiça Eleitoral. Arruda não admitiu desfiliar-se do partido paraevitar desgaste para a legenda.